Com autoridade de quem, trabalhando para o “Jornal do Brasil”, a “Folha de São Paulo” e outros jornais e revistas do país, acompanhou semanalmente, mensalmente, desde o começo dos anos 70, a vida do Lula torneiro mecânico, dirigente de sindicato e fundador do PT e da CUT, Nêumanne conta a história de Lula sem preconceito e sem baboseiras, considerando-o “o maior político brasileiro” e também reconhecendo nele um herói sem nenhum caráter, pedra fundamental de sua personalidade.
Quem ainda não leu o livro e quer um aperitivo, leia a entrevista de Nêumanne à Silvia Amorim no Globo de terça, dia 30:
- “Lula não é de esquerda, é um conservador... Ele recusou proposta de Golbery para apoiar a volta dos exilados”:
-“Entre 1978 e 1979 eu fui procurado pelo Claudio Lembo, presidente da Arena na época, porque ele tinha uma missão. O general Golbery do Couto e Silva queria fazer a volta dos exilados e queria apoio do Lula. A reunião foi em um sítio do sindicato, e lá eu ouvi o Lula dizer”:
- “Doutor Claudio, fala para o general que eu não entro nessa porque eu quero que esses caras se danem. Os caras estão lá tomando vinho e vêm para cá mandar em nós?...”
“O Lula falava que a Igreja tinha dois mil anos de dívidas com a classe trabalhadora e que não resolveria em dois anos. Com os estudantes, dizia que poderia fazer um pacto: eles não encheriam o saco do sindicato e o sindicato não encheria o deles. Isso tudo eu vi, ninguém me contou. Ele é um conservadoraço. Nunca foi revolucionário”.
Por Sebastião Nery
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