A presidente Dilma Rousseff concedeu uma entrevista às rádios mineiras Itatiaia e Congonhas. E decidiu falar algumas verdades. Palmas pra ela! O problema é que as verdades ditas agora revelam as mentiras ditas em passado nem tão distante. Este blog tem a alma simples: aplaude verdades; vaia mentiras. Vamos ver.
Dilma presidente em 1º de setembro de 2011
“Quem falar que resolve [a saúde] sem dinheiro é demagogo. Mente para o povo. A nossa saúde gasta dinheiro e vai se necessitar cada vez mais. A Emenda 29 não resolve as demandas da população por uma saúde de qualidade. Se quiser resolver, vai ter de investir mais. Aí vamos ter de discutir de forma séria como é que se faz um investimento maior”.
“Quem falar que resolve [a saúde] sem dinheiro é demagogo. Mente para o povo. A nossa saúde gasta dinheiro e vai se necessitar cada vez mais. A Emenda 29 não resolve as demandas da população por uma saúde de qualidade. Se quiser resolver, vai ter de investir mais. Aí vamos ter de discutir de forma séria como é que se faz um investimento maior”.
Dilma candidata, em 18 de maio de 2010, na Marcha dos Prefeitos
“Eu assumo o compromisso de lutar pela Emenda Constitucional 29. Sobretudo considerando os princípios de universalização, eqüidade e melhoria da qualidade da saúde (…) Quando eu assumi o compromisso com a regulamentação da Emenda 29, o que tem por trás do meu compromisso é a certeza que nós entramos numa nova era de prosperidade; que esse país vai crescer, sim; vai arrecadar mais, que nós podemos, priorizando a saúde, ter recursos suficientes pra assegurar que haja saúde de melhor qualidade. A participação da União é fundamental”.
“Eu assumo o compromisso de lutar pela Emenda Constitucional 29. Sobretudo considerando os princípios de universalização, eqüidade e melhoria da qualidade da saúde (…) Quando eu assumi o compromisso com a regulamentação da Emenda 29, o que tem por trás do meu compromisso é a certeza que nós entramos numa nova era de prosperidade; que esse país vai crescer, sim; vai arrecadar mais, que nós podemos, priorizando a saúde, ter recursos suficientes pra assegurar que haja saúde de melhor qualidade. A participação da União é fundamental”.
Dilma presidente, em 1º de setemro de 2011
“Acho errada a CPMF porque o dinheiro não foi para saúde, mas para fazer outras coisas”.
Dilma candidata em entrevista à CBN, no mesmo 18 de maio de 2010“Acho errada a CPMF porque o dinheiro não foi para saúde, mas para fazer outras coisas”.
“Me estarreço pelo fato de ter sido feita toda uma campanha pela extinção da CPMF e não vi resultados práticos no que se refere ao bolso do consumidor. É impossível ter melhoria na saúde no Brasil se não tiver recomposição das fontes de financiamento”.
Voltei
Dilma está parecendo Abelardo Barbosa, o Chacrinha, não é? Veio para confundir, não para explicar. E, em política, podem crer, isso não é bom. Quando a CPMF foi extinta, o PT fez um baita escarcéu. Agora a confissão: o dinheiro não ia mesmo para a Saúde… Vale por um juízo sobre a administração de seu antecessor na área.
Dilma está parecendo Abelardo Barbosa, o Chacrinha, não é? Veio para confundir, não para explicar. E, em política, podem crer, isso não é bom. Quando a CPMF foi extinta, o PT fez um baita escarcéu. Agora a confissão: o dinheiro não ia mesmo para a Saúde… Vale por um juízo sobre a administração de seu antecessor na área.
Até porque o adversário era José Serra, com um trabalho internacionalmente reconhecido na área da saúde — foi na sua gestão, durante o governo FHC, que o setor deu um grande salto; depois começou a regressão —, o PT e Dilma prometeram mundos e fundos. E, obviamente, ninguém pensou nos recursos.
Só para vocês terem uma idéia do tamanho do delírio, Dilma havia prometido construir neste ano — atenção! — 2.174 Unidades Básicas de Saúde e 125 Unidades de Pronto Atendimento. Nada menos! Isso para ficar na Saúde. Eu poderia lembrar ainda as 3.288 quadras esportivas em escolas, as 1.695 creches, os 723 postos de policiamento comunitário…
Olhem aqui: ninguém obriga um político a prometer coisa nenhuma! Ninguém obriga um político a mentir! Se promete e mente, é porque quer o voto do povo. Se obtém esse voto, é preciso, então, que seja confrontado com os fatos.
O estelionato eleitoral não pode ser tomado por realismo.
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