Por Tatiana Farah, no Globo:
O analista de RH Saulo Resende já avisou ao pai, atônito com a atuação do filho no protesto contra a corrupção desta quarta-feira: “Eu não vou parar”. Com outros 40 “amigos” conhecidos na manifestação da avenida Paulista, lançou no Facebook uma comunidade apartidária para o próximo passo do grupo: uma manifestação nacional no feriado de 12 de outubro. “Meu pai ficou preocupado porque, em sua juventude, nos anos 70, viu o que ocorreu a quem protestava. Mas hoje o país está diferente.”
O analista de RH Saulo Resende já avisou ao pai, atônito com a atuação do filho no protesto contra a corrupção desta quarta-feira: “Eu não vou parar”. Com outros 40 “amigos” conhecidos na manifestação da avenida Paulista, lançou no Facebook uma comunidade apartidária para o próximo passo do grupo: uma manifestação nacional no feriado de 12 de outubro. “Meu pai ficou preocupado porque, em sua juventude, nos anos 70, viu o que ocorreu a quem protestava. Mas hoje o país está diferente.”
Diferente mesmo: as manifestações são organizadas pelas redes sociais e só depois ganham as ruas. De volta à frente dos computadores, os jovens arquitetam novos atos para fortalecer o movimento. Entre os organizadores, estão estudantes, profissionais liberais e grupos impensáveis em uma mesma mesa: a ala jovem da maçonaria e os hackers do grupo Anonymous, que apavoraram as autoridades abrindo caixas de email. Os organizadores partem de grupos diferentes, como os “caras pintadas” e os jovens do “Dia do Basta”. Tintas coloridas para alguns, máscara do personagem anárquico “V” para outros e cartazes de protesto para todos.
“Fomos espalhando a informação porque a rede social permite esse tipo de movimento”, diz o ator e comunicador social Felipe Mello, para quem não houve um estopim para os protestos: “O que há é um esgotamento da paciência. Só há crime, não há castigo.”
Embora majoritariamente formado por jovens, o movimento não contou com a presença da União Nacional dos Estudantes (UNE) em nenhuma das capitais. O presidente da entidade, Daniel Iliesco, disse ao GLOBO que a entidade participou no mesmo dia do tradicional Grito dos Excluídos. “Mas a gente entende que esse movimento tende a se aprofundar. É muito espontâneo e, assim como outros movimentos, achamos que é fundamental que se aprofunde mesmo.”
Segundo Daniel, a UNE “está centrando esforços” em outra manifestação, com as entidades de professores, que deve ser realizada no final de outubro, mas que, se for convocada, a entidade deve apoiar a mobilização de 12 de outubro.
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