sexta-feira, 16 de março de 2012

Madre sabida

“A visão política e administrativa da presidente Dilma a faz credora do respeito de todo o povo brasileiro”.

José Sarney, vulgo Madre Superiora, garantindo que aprendeu a decifrar as frases sem pé nem cabeça recitadas pela presidente  e consegue expressar-se em dilmês erudito para pedir à chefe de governo verbas, empregos e favores em geral para os filhos, netos, sobrinhos, irmãos, primos, vizinhos e agregados da Famiglia.

Ministro da Cretinice

“A dificuldade é que a construção civil está muito aquecida”.

Aloízio Mercadante, ministro da Educação, explicando que 3.758 das 4.050 creches prometidas em 2007 pelo programa ProInfância não desceram do palanque porque todos os trabalhadores da construção civil subiram para a classe média e os poucos pobres que sobram não querem trocar o Bolsa Família por um canteiro de obras.

O mundo gira

“Eu disse para vocês que, se eu cair na besteira de falar uma coisa que não seja dessa obra, vocês não põem uma coisa dessa obra no jornal”.

Dilma Rousseff, nesta quinta-feira, em Goiás, aos jornalistas interessados em saber como andam as relações entre o governo e a base alugada no Congresso, avisando em dilmês primitivo que só falaria sobre a Ferrovia Norte-Sul, ou “Ferrovia do Sarney”, uma coisa que Lula, antes de virar amigo de infância de Madre Superiora, dizia que fora planejada para ligar a mansão em São Luiz onde se refugiava “o maior ladrão do Brasil” ao Palácio da Alvorada, residência oficial do “pior presidente da história”

A multidão que devora verbas na Casa do Espanto e o espantoso verão de Collor

A multidão que devora verbas na Casa do Espanto e o espantoso verão de Collor


JÚLIA RODRIGUES
O senador Fernando Collor é um workaholic que não para de trabalhar sequer em dia de folga e, no período de férias, fica ainda mais hiperativo. Essa é a explicação oferecida pelos assessores do representante de Alagoas na Casa do Espanto para a espetacular gastança do verão. Os que conhecem a biografia do ex-presidente não enxergam nada de novo. O que andou fazendo o parlamentar do PTB só comprova que Collor continua o mesmo.
Em janeiro, durante o recesso parlamentar, Collor torrou R$30.850,93 da verba indenizatória em alimentação e combustível. Quatro notas fiscais emitidas pelo Restaurante Kishimoto Ltda ─ ou Boka Loka, como preferem os fregueses assíduos ─ somam R$3.530. Os R$27.320 restantes contemplaram um único posto de combustível. Intrigado com as cifras, o jornalista Lauro Jardim, de VEJA, quis saber o que houve. O senador trabalhou muito em janeiro, informou a assessoria.
A julgar pela bolada, trabalhou muito mais que os 40 senadores que não tocaram na verba indenizatória nos primeiros 30 dias ano. Nem por isso Collor descansou em fevereiro. Esforçou-se mais ainda e subiu a marca de janeiro para R$ 38.843, dos quais R$ 23.471 aumentaram o faturamento do mesmo posto e do mesmo Boka Loka. Calculando-se em R$ 2,70 o valor do litro de gasolina, o senador alagoano consumiu 10.111 litros de combustível, suficientes para 80.888 quilômetros em apenas um mês, ou 2.609 quilômetros por dia. Esse oceano de combustível lhe permitiria fazer 42 viagens de carro entre Maceió e Brasília, ou 10 entre o Oiapoque e o Chuí.
O ritmo extraordinariamente intenso é favorecido (ou dificultado) por 54 assessores. Se respeitasse as normas internas do Senado, o ex-presidente teria direito a 12 funcionários: cinco assessores técnicos, seis secretários parlamentares e um motorista. Ele acha que precisa de muito mais. Só para suprir com talões de vale-refeição essa multidão são necessários R$34.452 por mês, que cairiam para R$ 7.656 se o patrão não atropelasse o limite legal.
São números impressionantes, mas não bastam para superar o recorde estabelecido por Ivo Cassol, do PP de Rondônia: 67 assessores. A performance do ex-presidente Collor e a marca estabelecida pelo ex-governador Cassol se destacam na lista de façanhas arroladas na reportagem publicada pelo Globo nesta segunda-feira. Por exemplo: somados, os 2.505 funcionários comissionados à disposição dos 81 pais-da-pátria devoram R$ 19 milhões por ano apenas no item vale-refeição ─ R$ 11,7 milhões a mais do que seria gasto se o limite de 12 cabeças por senador não fosse uma peça de ficção.
Quase tudo parece ficção na Casa do Espanto. Mas a gastança é real. Financiada, como todas as despesas produzidas pelos três Poderes, por milhões de brasileiros que pagam impostos.

A VERDADE NUA E CRUA . O PT piorou o que já era ruim. Ou: Um país com este modelo está pedindo para ser assaltado. E é!


Comecemos do começo: quem ganha a eleição quer governar. É a regra do jogo! No mundo inteiro, presidentes e primeiros-ministros nomeiam pessoas de sua base política para cargos de confiança. Então o que há de errado com o Brasil? Um monte de coisa. Em primeiro lugar, o número de cargos que são da livre escolha de quem governa: mais de 24 mil só no governo federal — fora as autarquias, estatais, fundos de pensão de empresas púbicas etc. Vamos comparar? Nos EUA, há 9 mil — já é um escândalo! No Reino Unido, são 300; na Alemanha, 170. É evidente que esses países têm, portanto, uma primeira barreira — estabelecida pela própria legislação — que dificulta o assalto aos cofres públicos, além, claro!, da rigidez da lei com quem é pego com a boca na botija.
Os petistas, é verdade, herdaram essa legislação de governos passados. Tentaram corrigi-la? Ao contrário: aumentaram o número de cargos de confiança! E ainda lamentaram as privatizações feitas pelo governo FHC. Afinal, imaginem quantos companheiros deixaram de ser empregados nas telefônicas, na Vale, na Embraer, nas empresas elétricas etc.
Assim, até que não se reduza drasticamente esse número de cargos de confiança, dificilmente a administração será realmente profissionalizada, e a política, moralizada. Legendas se grudam a este ou àquele candidato não para ver implementadas as suas teses, a sua visão de mundo, as suas propostas. Querem cargos. O senador Blairo Maggi (PTB-MT) foi de uma sinceridade quase angelical e pôs a nu o sistema. Em outras palavras, disse o seguinte: “Temos sete senadores e nenhum ministério; se o governo quer os nossos votos, tem de nos dar a compensação; é assim que o modelo funciona”. E ele estava mentindo?
Já perguntei em outro texto e indago de novo: por que um partido faz tanta questão de ter a diretoria financeira de uma estatal? É evidente que esses milhares de agentes partidários que tomam a administração vão se encarregar, no poder — e lindando com dinheiro público — do fortalecimento dos esquemas que representam. O povo que se dane!. Ministérios, estatais, autarquias etc.  servem aos partidos como fonte de caixa — além, como se sabe, de atrair notórios ladrões.
Partidos
Essa ocupação do estado por partidos induz, é evidente, a formação de… partidos! Grupos se organizam, então, para criar legendas porque sabem que isso lhes dará poder de negociação. Existem 29 partidos legalizados no país. Há ainda alguns com registro apenas em TREs. Há nada menos de 32 outros em formação. Sei que vem chiadeira, mas é fato: esse número é evidência de atraso político e sinal de que alguma coisa errada está em curso. As grandes democracias do mundo ou são, na prática, bipartidárias ou contam, no máximo, com uma terceira força. Sim, queridos, se vocês forem pesquisar, encontrarão uma lista imensa de legendas de papel nos EUA — passam de 70! Veem-se bizarrices como o Partido Multiculturalista de Illinois e o Partido da Escolha Pessoal. Mas só dois têm condições de chegar ao poder; na Alemanha, três. Nas democracias organizadas, inexistem essas legendas com força para chantagear o governo em razão do tal “presidencialismo de coalizão”. É bem verdade que Republicanos e Democratas têm, cada um segundo seus marcos, as suas respectivas alas direita e esquerda e o centro. Mas os ministérios — ou secretarias — não são loteados segundo essa lógica.
Então cabe uma pergunta: por que o Brasil conta com tantos partidos — uns 10 — com poder de fogo real para criar dificuldades para Executivo e lhe vender facilidades? Por causa, se quiserem saber, do paternalismo da legislação. Poucos se lembram, mas é fato: uma vez legalizado, o partido já passa a ter acesso a um fundo, que é dinheiro público. Vira cartório! Ganha o direito também ao horário político gratuito, e lá vemos a TV ser invadida por aqueles senhores de cabelo acaju e bigodes mais negros do que as asas da graúna a dizer sandices.
E há o mais perverso dos fatores de desestruturação da vida político-partidária: o horário eleitoral gratuito. Trata-se de uma excrescência autoritária e cara. Nada tem de gratuito porque as emissoras são compensadas. Sob o pretexto de dar uso público a uma concessão também pública (os rádios e as TVs), cria-se o riquíssimo mercado da venda do horário de TV. O PMDB não custa tão caro a cada eleição porque os candidatos estão interessados em seu, sei lá como chamar, aporte ético! Sim, o partido está organizado no país inteiro, tem uma enorme rede de influência e tal, mas o que se busca mesmo são os seus preciosos minutos.
Outro viés da crise
Isso tudo torna o ambiente político quase irrespirável. Esses elementos estão na raiz da crise vivida pela presidente Dilma. Neste ponto, alguém poderia perguntar: “Mas não é assim com todo mundo? Por que essa barafunda agora? Já não era assim nos governos Lula e FHC?” Vamos ver.
É claro que FHC distribuiu cargos também — no seu último ano de governo, eram 18.374; a companheirada achou pouco! O PT é tão autoritário, tem tal viés totalitário, que desestabiliza mesmo o sistema de loteamento. Os peemedebistas, do ponto de vista da lógica desse sistema perverso, têm razão de reclamar: os seus “parceiros” estão sempre nos seus calcanhares. Um peemedebista até pode estar no comando de uma pasta, mas o segundo escalão é quase sempre ocupado pela turma da estrela. E há, escrevi ontem a respeito, a incompetência pura e simples. Com Lula, a chance de crispação era menor porque ele tinha o que Dilma não tem: domínio da máquina partidária. Bastava um peemedebista reclamar de alguma inconveniência dos petistas, e o chefão dava um jeito. Dilma manda no PT menos do que eu…
Encerrando
Por isso, é uma bobagem essa história de que a base aliada está rebelada porque Dilma está tentando moralizar o poder. Aliás, em algum lugar, li que Fernando Haddad teria se saído com essa. A ser assim, está dizendo o quê? Lula optava pela imoralidade? O caso é bem outro. O petismo piorou o que já era perverso: um país que tem esse número de cargos de confiança — imaginem se contarmos todos os governos estaduais, todas as prefeituras, estatais e autarquias não-federais… — está pedindo para ser assaltado e estimulando a pistolagem partidária. Na gestão desse modelo, Dilma está perdida porque não conseguiu controlar os “companheiros”, que não aceitam dividir o butim, conforme o  combinado.
Por Reinaldo Azevedo

New York Times publica anuncio anticatólico, mas se nega a publicar anúncio anti-islâmico


Na BBC, nós já vimos aqui, é permitido insultar cristãos e fazer pilhéria de Jesus Cristo, mas é proibido tornar pública qualquer referência crítica ao profeta Maomé. Chegou a vez de o New York Times evidenciar a sua dupla moral. O cristianismo é hoje a religião mais perseguida do mundo — INCLUSIVE NOS PAÍSES CRISTÃOS, O QUE É ESPANTOSO! Qual é o ponto? No dia 9 de março, o New York Times publicou este anúncio, segundo informa a FoxNews.com.
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Ele convida os católicos a abandonar a Igreja. Indaga por que enviam seus filhos para a doutrinação e classifica de equivocada a lealdade a uma fé marcada por “duas décadas de escândalos sexuais envolvendo padres, cumplicidade da Igreja, conluio e acobertamento, da base ao topo da hierarquia”.
Muito bem! Tudo em nome da liberdade de expressão e da liberdade religiosa, certo? Ocorre que a blogueira Pamela Geller, que comanda a página “Stop Islamization of America”, tentou pagar os mesmos US$ 39 mil dólares para publicar no mesmo New York Times um anúncio convidando os muçulmanos a abandonar a sua religião. E O NEW YOR TIMES SE NEGOU! Assim:
 anuncio-anti-islam
Pamela afirma que seu anúncio era baseado naquele anticatólico. Dirigindo-se aos muçulmanos, indagava: “Por que pertencer a uma instituição que desumaniza mulheres e os não muçulmanos (…)? E convidava: “Junte-se àqueles que, como nós, colocam a humanidade acima dos ensinamentos vingativos, odiosos e violentos do profeta do Islã”.
Ao comentar a recusa, Pamela afirmou: “Isso mostra a hipocrisia do New York Times, a excelência do seu jornalismo e sua disposição de se ajoelhar diante da pregação islâmica”.
Eileen Murphy, porta-voz do New York Times, repete a resposta que teria sido enviada a Pamela quando houve a recusa: “Nós não nos negamos a publicar. Decidimos adiar a publicação em razão dos recentes acontecimentos no Afeganistão, como a queima do Corão e o assassinato de civis por um membro das Forças Armadas dos EUA. Acreditemos que a publicação desse anúncio agora poderia pôr em risco os soldados e civis dos EUA, e nós gostaríamos de evitar isso”.
Encerro
Huuummm… A resposta é a mesma dada por aquele rapaz da BBC. A síntese é a seguinte: “Como os cristãos não são violentos, então a gente pode insultá-los à vontade. Não mexemos com os muçulmanos porque, vejam bem!, eles podem reagir. E a nossa valentia não chega a tanto.” Em “Máximas de Um País Mínimo”, escrevi que pregar a morte de Deus no Ocidente é coisa de covardes; corajosos pregariam a morte de Alá em Teerã. Fase e frase superadas. Os covardes não têm coragem de criticar o Islã nem no Ocidente!
Noto que a resposta oficial do New York Times já é um mimo da autoflagelação. A queima dos livros do Corão, é evidente, foi acidental. Os EUA inteiros não podem ser culpados pelo gesto tresloucado de um soldado, que será punido — à diferença dos terroristas, que ficam sempre impunes. “Ah, mas eles entendem de outro modo!” Entendi… Se eles entendem de outro modo…
Esses valentes, pelo visto, querem convencer os cristãos de que a sua opção pela não-violência foi um erro. Agissem como os radicais muçulmanos, seriam preservados do achincalhe dos cavardes. Que os cristãos sigam defendendo a paz e a superioridade moral do seu postulado.
Por Reinaldo Azevedo

Nem no Regime Militar os “milicos” estiveram tão presentes no dia a dia dos brasileiros


Nem durante o regime militar estes que muitos gostam de chamar “milicos” estiveram tão presentes no dia a dia da população. Recebi de um amigo um texto interessante — não estou certo se é um desses que circulam na Internet sem autoria. O fato é que está cheio de verdades. Como há um trecho na primeira pessoa do plural, deve ter sido redigido por um militar. Leiam! Volto em seguida.
A PF não quer ir pra fronteira porque a diária é pouca? Chamem os milicos.
A PM não quer subir o morro porque é perigoso? Chamem os milicos.
A PM faz greve porque o salário é baixo? Chamem os milicos.
A Anvisa não quer inspecionar gado no campo? Chamem os milicos.
O Ibama não dá conta de fiscalizar os desmatamentos? Chamem os milicos.
Os corruptos ganham milhões e não constroem as estradas? Chamem os milicos.
As chuvas destroem cidades? Chamem os milicos.
Caiu avião no mar ou na selva? Chamem os milicos.
Em caso de calamidades públicas, a Defesa Civil não resolve? Chamem os milicos.
Desabrigados? Chamem os milicos.
A dengue ataca? Chamem os milicos.
O Carnaval, o Ano Novo ou qualquer festa tem pouca segurança? Chamem os milicos.
Certeza de eleições livres? Chamem os milicos.
Presidentes, primeiros-ministros e visitantes importantes de outros países? Chamem os milicos.
Adicional noturno? Não temos!
Periculosidade? Não temos!
Escalas de 24 por 72 horas? Não temos!
Hora extra, PIS, PASEP? Não temos!
Residência fixa? Não temos!
Certeza de descanso no fim de semana? Não temos!
Salário adequado? Não temos!
Acatar todas as ordens para fazer tudo isso e muito mais, ficando longe de nossas famílias, chama-se respeito à hierarquia.
Aceitar tudo isso porque amamos o que fazemos chama-se disciplina.
Quer conhecer alguém que ama o Brasil acima de tudo? Chame um milico!

Voltei
É isso aí! Está em curso, apelando a flagrantes ilegalidades, uma campanha que resulta em óbvia tentativa de desmoralizar as Forças Armadas. Em nome da disciplina, os militares da ativa estão proibidos de se manifestar. Os da reserva, que podem falar (porque amparados em lei), encontram-se sob o assédio de um surto de autoritarismo. De fato, as Forças Armadas estão presentes em todos aqueles eventos, alguns nascidos da mais escancarada incúria de governos civis.

Alguns bobalhões, ao fazer a defesa da revanche, ignorando leis e decisão do Supremo, tentam inculcar nos militares da ativa certa aversão aos da reserva — “afinal, os que estão aí hoje não participaram de 64″, argumentam… É preciso desconhecer o básico da história dos militares do Brasil e do mundo para tornar público argumento tão cretino. Ai do país que tivesse Forças Armadas sem o sentido da lealdade!


Tenho uma idéia melhor: CUMPRIR AS LEIS!
Por Reinaldo Azevedo

LULA E A VENDA TELECOM A OI

Quando Lula “autorizou”, contra a lei, a venda da Brasil Telecom para a Oi - o que foi excelente para Daniel Dantas, que o jornalismo comprado pelo petismo jurava ser inimigo do governo (que piada!) -, operação financiada pelo BNDES, cravei a frase que está no livro “Máximas de Um País Mínimo”: “Nas democracias, os negócios são feitos de acordo com as leis; no Brasil, as leis são feitas de acordo com os negócios”. O modelo de bom selvagem dos intelectuais de esquerda do complexo PUCUSP descobriu, enfim, as delícias do… capitalismo selvagem!
Por: Reinaldo Azevedo

A revisão da Lei da Anistia e os extremistas do sucrilho e do Toddynho. Ou: Comissão da Vingança ignora a construção da democracia. Ou: Um recado àquele…


Um idiota truculento tentou ferrar a minha vida quando eu tinha 15 anos. Eu era, sim, ligado a um grupo de esquerda. Mas fui, vamos dizer, “descoberto” por causa de um concurso de redação, que venci — presente: uma Enciclopédia Barsa! Os mais jovens não têm noção do que é isso em tempos pré-Google (e ponham “pré” nisso…). O tema era o Dia da Árvore e a preservação da natureza. Fiz lá um texto alegórico — eu o tenho ainda, mas fica para as memórias, hehe… —, que era, na verdade, uma espécie de manifesto contra a ditadura; a árvore e a natureza viraram meros pretextos. Na comissão julgadora, havia um professor ligado o Dops. E a coisa engrossou. Eu era o pivô da perseguição, mas ele mirava mesmo era o colégio estadual em que eu estudava, onde julgava haver um núcleo subversivo. De fato, havia militantes de esquerda entre os professores — mas não me engajei por intermédio deles, não. Estamos falando do ano de 1976. A dita ainda era muito dura.
Não tenho razões pessoais — muito pelo contrário — para ter simpatias pelo “regime”, pela “ditadura” ou para “defender torturadores”, como querem alguns cretinos que não lutaram contra porcaria nenhuma. Não lutam nem contra a própria ignorância histórica. São radicais do sucrilho e do toddynho, como os chamo, influenciados pela “petização” da educação. O PT é uma derivação, vamos dizer, teratológica da própria esquerda. Esta chegou a reunir, sim, intelectuais de peso. Ainda que pudessem estar essencialmente enganados sobre muita coisa e cultivassem uma ética torta, tinham ao menos informação. O petismo educacional é o elogio da ignorância. Os alunos são estimulados a ficar do “lado certo da história”, não a estudar. Já me defrontei aqui e ali com esses tipos num debate ou outro. Ignoram os textos básicos do pensamento de que se dizem procuradores. É uma lástima!
Também não passei a admirar os meus algozes, não. Tampouco mudei de lado! Se quiserem, mudei, sim, de perspectiva, e já faz tempo!, e escolhi a democracia — e isso é inegociável. Querem saber onde estão as 136 pessoas desaparecidas, prováveis vítimas da repressão? Eu apoio a iniciativa. É preciso uma Comissão da Verdade pra isso? É evidente que não! Rejeito que se use uma reconstituição parcial da história para, a um só tempo, mentir sobre o passado e reforçar posições de determinadas correntes ideológicas no presente. E rejeito justamente porque tal prática não cabe na democracia — aquela que abracei.
Já lembrei aqui: a honestidade intelectual doeu, por exemplo, mais no ex-ministro do Supremo Eros Grau do que em mim. Ele foi preso e torturado. Eu não fui — embora eu sinta ainda hoje um profundo ódio daqueles canalhas que não viram mal nenhum em perseguir um garoto. Mesmo assim, Grau fez uma candente defesa do alcance da Lei da Anistia, demonstrando — ao lado de outros ministros, como Gilmar Mendes e Celso de Mello, por exemplo — que ignorá-la significaria fraudar os fundamentos do estado democrático e de direito.
Assim, não me venham alguns tontos e tontas, que não têm a menor noção do que significa, de fato, combater um regime autoritário tirar o traseiro do sofá para apontar o dedo acusatório. Trata-se de uma combinação asquerosa de covardias. É covarde porque miram em inimigos que não podem reagir — pudessem, é provável que os valentes de agora  estivessem em silêncio. É covarde porque é a democracia que não construíram que lhe faculta tal prática. E essa democracia que não construíram só existe porque pactos políticos, tornados história, foram feitos e incorporados ao processo de pacificação do país.
Eu não perdoei aquele idiota que me perseguiu e me pôs sob um sério risco. Faço as contas aqui. Talvez esteja morto. Se não estiver, uma saudação pra ele: “Vá à merda!” Mas o processo político o anistiou — sei lá que outras barbaridades ele aprontou. Como anistiou os que comandavam grupos que assaltavam bancos ou executavam pessoas em nome da “causa”.
Esses que agora se querem defensores da “Comissão da Verdade” e meia-dúzia de procuradores que têm a ousadia de desrespeitar a lei, ademais, se querem os donos da história; acham que podem privatizar o passado do país para definir “a” verdade. Que boa parte desses radicais estouvados não tenha vivido aqueles dias, isso é evidente — e a juventude, observo com humor, é um mal que invejo, mas que tem cura e é perdoável. Que apostem, no entanto, na depredação do estado de direito, ah, isso é imperdoável!
Por Reinaldo Azevedo

A Comissão da Verdade é revanchista, sim!


De todas as tolices que se dizem sobre a tal “Comissão da Verdade”, a maior delas é a que sustenta que ela não tem nada a ver com revanchismo. Ora… Trata-se de revanche, sim, ainda que ela se situe no terreno da pura narrativa. As pessoas diretamente envolvidas com essa comissão já deixaram mais do que claro que se trata de contar a história segundo a ótica das esquerdas. Como elas perderam aquele confronto — curiosamente, só chegaram ao poder por meio do método que rejeitavam: as “eleições burguesas”!!! —, tentam agora vencer a outra luta: a do “bem” (elas) contra o “mal” (os outros).
O nome disso é revanche. A ideia de que o Estado defina uma “verdade” oficial, diga-se, já é de um autoritarismo escandaloso. O país é livre. As universidades são autônomas. Os historiadores podem trabalhar à vontade. Por que há de ser o aparelho estatal a dizer “a” verdade? O fato de a academia — com raras e honrosas exceções — não reagir ao estabelecimento de uma “verdade oficial” e apoiar a iniciativa dá conta da indigência intelectual média da turma. Sigamos.
Essa Comissão da Verdade não resiste a algumas indagações básicas.
1 - Vai reconstituir, no detalhe, o assassinato do soldado do Exército Mário Kozel Filho, morto a 11 dias de completar 19 anos? Serão listados os participantes do atentado que o matou e os chefes das organizações terroristas?
2 - Serão reconstituídos as últimas horas de vida do tenente da Polícia Militar Alberto Mendes Júnior, que teve o crânio esmagado a coronhadas por Carlos Lamarca e seu bando?
3 - Vão reconstituir, em suma, as circunstâncias da morte de pelos menos 119 pessoas, assassinadas por grupos de extrema esquerda?
4 - Terá a comissão a coragem de contar também esse lado da “verdade”, indicando, reitero, os nomes dos chefes dessas operações — e Dilma Rousseff foi, sim, dirigente de duas organizações que mataram pessoas?
5 - A comissão será independente o bastante para demonstrar que a maioria desses mortos não tinha nem mesmo ligação com a luta política?
As minhas perguntas são meramente retóricas porque eu já sei a resposta. Ora, se o objetivo da Comissão da Verdade é reconstituir a história segundo o exclusivo ponto de vista da esquerda, partindo das premissas falsas de que os terroristas de então queriam democracia e só optaram pela luta armada porque não tinham uma alternativa, não é Comissão da Verdade, mas da mentira;  não é aposta na pacificação, mas na revanche.
Os xingamentos todos eu já conheço; espero contra-argumentos.
Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 15 de março de 2012

O estuprador de sigilo que virou traficante de influência entra em ação disfarçado de ‘tesoureiro informal’ de Fernando Haddad


Em março de 2006, o Brasil espantou-se com a descoberta: Antonio Palocci fora o mandante da violação da conta do caseiro Francenildo Costa na Caixa Econômica Federal. Ao saber que o ministro da Fazenda também exercia o ofício de estuprador de sigilo bancário, o presidente Lula confirmou que ignora a diferença entre currículo e prontuário. Primeiro, tentou inocentar o culpado. Atropelado pelas evidências, fez o possível para mantê-lo no cargo. Obrigado pelas circunstâncias a devolver à planície o pecador pilhado em flagrante, lamentou a perda do “melhor ministro da Fazenda que o Brasil já teve”.
Em maio de 2011, o Brasil espantou-se com outra descoberta: Antonio Palocci, instalado por ordem de Lula no primeiro escalão de Dilma Rousseff, era um reincidente sem cura. Ao saber que o chefe da Casa Civil do governo da afilhada deixara o ramo do estupro de sigilo para fazer carreira como traficante de influência disfarçado de “consultor financeiro”, o ex-presidente confirmou que, se o PCC fosse um partido político, estaria na base alugada. Primeiro, determinou a Dilma que varresse o lixo para baixo do tapete. Em seguida, baixou em Brasília para comandar pessoalmente a batalha pela permanência de Palocci no empregão ─ e em liberdade. Perdeu mais uma.
Nesta quarta-feira, o Brasil espantou-se com a notícia de que o inimigo jurado do Código Penal acaba de entrar em ação no mesmo cenário do crime mais recente. Agora no papel de “tesoureiro informal” de  Fernando Haddad, vai comandar a coleta de dinheiro supostamente destinado a financiar a campanha do candidato do PT à prefeitura de São Paulo. De novo, é Lula o pai da ideia. Depois de uma conversa no comitê eleitoral montado no Hospital Sírio-Libanês, o condutor do rebanho decidiu recolocar em cena o bandido de estimação. Haddad engoliu sem engasgos o prato feito. É o chefe quem escolhe o que será servido às ovelhas.
Vale a pena seguir os passos de Palocci quando o tesoureiro informal começar a perseguir empresários.  A primeira rodada de visitas certamente contemplará o lote de clientes que o consultor de araque se nega a identificar. O país que presta gostará de saber quem são. Ficarão para a segunda etapa os possíveis novos parceiros. Convém anotar-lhes os nomes e endereços. O próximo escândalo não vai demorar. E todos estarão no elenco de mais um caso de polícia protagonizado por Antonio Palocci, sempre com as bênçãos de Lula.

POR QUE O PT NÃO INVESTIGA O CASO? Bruno Daniel, irmão de Celso Daniel, conta tudo o que pensa e sabe do caso do prefeito assassinado em janeiro de 2002


Pela primeira vez desde o assassinato do prefeito Celso Daniel, um de seus irmãos teve tempo e tranquilidade para tratar do caso numa gravação em vídeo. Na entrevista ao site de VEJA, dividida em cinco partes, Bruno Daniel disse tudo o que pensa e sabe do crime consumado em janeiro de 2002, que encerrou brutalmente a carreira do político já escolhido para coordenar a campanha eleitoral que transformaria Lula em presidente da República.
Engenheiro e professor de economia, Bruno recorda as estranhas circunstâncias que envolveram o sequestro e a morte precedida de torturas, comenta o esforço dos dirigentes do PT para sepultar as investigações, destaca o papel de Gilberto Carvalho na trama forjada para impedir o esclarecimento da história, revela a sequência de ameaças que o forçaram a exilar-se na França durante cinco anos e promete  continuar lutando pela condenação dos culpados. Ele ainda acredita no triunfo da verdade.

Os cúmplices do grande embuste


O texto de Marco Antonio Villa reproduzido na seção Feira Livre, com respostas precisas à pergunta formulada pelo título, inspirou ao jornalista Celso Arnaldo Araújo observações especialmente oportunas. Transcrevo o comentário de Celso Arnaldo sobre Governo? Que governo?. Volto depois do terceiro parágrafo.
A resenha pontiaguda do grande Villa contrasta chocantemente — e auspiciosamente para os que veem e pensam — com a avaliação que a mídia amestrada continua fazendo de dona Dilma.
A mais estapafúrdia talvez tenha sido feita ontem na Globo News pela Cristiana Lôbo. Continua ela sustentando a ladainha, desmentida cabalmente por estes 14 meses de governo, de que Dilma privilegia a “gestão” em detrimento da política, que era a característica de seu padrinho Lula. E, para embasar essa esdrúxula tese, citou as nomeações do bispo Minhoca Crivella para a Pesca e do Pepe Legal Vargas para Desenvolvimento Agrário — que têm tudo a ver com a política mais rasteira de que é capaz o PT e rigorosamente nada com “gestão”!!
Trem-bala, Transnordestina, Transposição do São Francisco, obras de infraestrutura da Copa, Dilma é gestora da grotesca fraude da boa gestora — o que mais será preciso, em termos de sacrifício para o país, até que isso seja percebido?
A fraude grotesca, acrescento, foi parida mais de três anos antes da chegada de Dilma Rousseff ao gabinete que ganhou do padrinho. Nasceu em 2007, quando a chefe da Casa Civil que falava pouco por não ter nada de interessante a dizer foi promovida por Lula a Mãe do PAC ─ essa estranha criatura que desde o berço deglute bilhões de reais e só expele licitações malandras, contratos superfaturados,  canteiros de obras desertos, creches sem crianças, quadras esportivas sem serventia e muitas, muitas pedras fundamentais.
Cinco anos depois da invenção da sigla, mesmo os candidatos ao Enem municiados pelo vazamento da prova  não saberiam o que dizer caso fossem convidados a mencionar uma obra relevante produzida pelo paquiderme estéril. Tampouco conseguiriam citar alguma frase de Dilma Rousseff que mereça espaço na memória nacional. A usina de declarações sem pé nem cabeça é a versão feminina do Pacheco, o magnífico personagem de Eça de Queiroz, que divide com sua reencarnação de terninho o post de setembro de 2009 reproduzido na seção Vale Reprise.
Graças à tibieza da oposição oficial, a farsa da grande gestora atravessou a campanha eleitoral sem topar com zonas de turbulência e entrou em velocidade de cruzeiro depois que Dilma assumiu o manche e passou a pilotar o avião sem bússola e tripulado pelo pior ministério de todos os tempos. Os jornalistas amestrados não devem ser confundidos com os seres que infestam a esgotosfera estatizada. Estes ganham dinheiro para atender a encomendas sórdidas. Aqueles não são míopes por dinheiro.
Os amestrados enxergam nitidamente a presidente sem preparo para livrar da falência uma lojinha em Porto Alegre. Nenhum deles se arriscaria a elegê-la síndica do prédio onde mora. Seguem mentindo para não admitir que ajudaram a forjar uma fraude que, nascida em colunas de jornais, ali sobrevive respirando por aparelhos.
“Não tenho compromisso com o erro”, ensinou o presidente Juscelino Kubitschek nos anos 50. Na Era da Mediocridade, o país é governado por gente que não tem compromisso sequer com os compromissos que assume publicamente: a promessa de hoje será substituída amanhã por outro palavrório inconsequente. Aos olhos dos jornalistas federais, tudo o que se desmancha no ar será sempre sólido enquanto o Planalto disser que é. Eles celebraram meses a fio o triunfo do Fome Zero sobre a pobreza crônica. Sem pausas nem escalas, festejam agora o Brasil sem Miséria, que vai acabar com o que o Fome Zero já acabou. Preferem endossar falácias sucessivas a reconhecer o erro original.
GRATIDÃO BARATA
O país cresce quando o governo dorme. Não são os ineptos que povoam o primeiro escalão, muito menos os pelegos acampados no Ministério do Trabalho, que mantêm em níveis aceitáveis a taxa de desemprego. Tampouco tem algo a ver com a balança comercial o ministro que apressou com dois ou três conselhos o naufrágio de uma engarrafadora de tubaína em Pernambuco. Empregos com carteira assinada são criados por empresas privadas. Tanto exportações quanto importações dependem do desempenho de industriais e agricultores. A turma no poder só cuida da multiplicação dos cargos de confiança.
O volume de investimentos perde de goleada para a gastança do mamute administrativo. O governo não é uma entidade lucrativa. Não fabrica um único prego, não produz um escasso saco de cimento. Só faz encomendas, e espeta a conta nos bolsos dos pagadores de impostos. Esses bancam tudo, incluídos os “programas sociais” concebidos para garantir a popularidade de benfeitores espertos. Nos currais do século 21, a eterna gratidão dos eleitores é barata. No momento, custa uma inscrição no Bolsa Família..
Os jornalistas amestrados sabem disso tudo. Fingem que não porque são cúmplices, por ação e omissão, do grande embuste armado para esconder a administradora bisonha, a articuladora política incapaz de organizar um concurso de miss, a intelectual que esquece o nome do livro que acabou de folhear, a comandante que camufla com pitos a nenhuma vocação para a liderança, a chefe que sempre escolhe o pior entre os piores. Os resultados favoráveis nas pesquisas que medem a popularidade de Dilma Rousseff não provam que seu desempenho é ótimo ou bom. Apenas demonstram que, em matéria de informação política e discernimento, a maioria dos entrevistados é ruim ou péssima.
Milhões de brasileiros que pouco aprenderam, nada sabem e, por isso mesmo, contentam-se com migalhas partilham o mesmo sonho mesquinho, miúdo, cinzento: só querem não morrer de fome. Acham-se devedores dos carrascos fantasiados de amigos do povo. E assim continuam a eleger e reeleger os crápulas que os condenaram a uma existência sem horizontes, a uma vida que não vale a pena e a dor de ser vivida

A farsa das UPPs amplia a conta da mentira


CELSO ARNALDO ARAÚJO
Acrescento à interminável lista de compromissos lulodilmistas sem o menor compromisso com a veracidade e a boa-fé, produzida em palanque por gritos roufenhos (Lula) e garranchos verbais (Dilma), o cínico anúncio, feito hoje pelo Ministério da Justiça, de que a promessa de instalar 2.883 UPPs em todo o país, constante do PAC 2, era conta de mentiroso.
Perdão, não quero ser injusto com os bons mentirosos — que sempre mentem com alguma lógica, um fundinho de verdade. Os do lulopetismo estão abaixo da linha do embuste mais grosseiro.
Quer dizer que 2.883 UPPs (de onde tiraram esse número vulgar, nada cabalístico?) eram “um cálculo superdimensionado”, no dizer do Ministério da Justiça?
Então serão quantas Unidades Pacificadoras? 2.000? 1.500? 500? Nonada. Nenhuma! O plano foi todo engavetado. Não haveria polícia suficiente nem se as unidades fossem de Lego. Nenhum centavo, da verba supostamente comprometida para o falso projeto, foi empenhado na fantasia.
Está decidido: UPPs só mesmo nos morros de Cabral e no arquivo morto do cérebro baldio de Dilma, onde as melífluas unidades devem estar pacificando as crianças das 6.500 creches que ela inventou para produzir gênios e milionários.
Nas creches de Dilma, não há fraldas – só fraudes. E destaque-se uma justiça poética: chupeta em inglês é “pacifier”, pacificadora.

A inteira natureza da crise do governo Dilma. Ou: Mentiras influentes e verdades sem prestígio. OU: Chega de conversa mole! Este governo é muito ruim!


Vamos lá. Um texto longo. Mas acho que, ao fim, muita coisa estará mais clara.
O cineasta Arnaldo Jabor resolveu fazer um pequeno texto de ficção ontem, no Jornal da Globo, ao comentar a crise do governo Dilma com a base aliada, especialmente a decisão do PR de “deixar a base aliada” a menos que…  Segundo ele, tudo não passa de chantagem. A presidente estaria aí, disposta a fazer a coisa certa, tentando romper com os maus hábitos que herdou do lulismo. O Marciano que chegou ontem à Terra, coitado!, ficou certamente com a impressão de que um partido de oposição a Lula tomou posse em janeiro de 2011. E não foi assim. Na equação jaboriana, essa Dilma não é aquela que nomeou, na semana retrasada, Marcelo Crivella ministro da… Pesca! A solenidade de posse até rendeu metáforas de gosto escatológico sobre aprender a botar a minhoca no anzol.
Jabor está obviamente errado. Dilma não está enfrentando uma quase rebelião na base aliada por causa de suas qualidades, não. As dificuldades decorrem mesmo é dos seus defeitos — os pessoais e os do governo. Comecemos da lição “Nível Massinha I” da política. Inexiste crise dessa natureza, no Brasil e no mundo, que não seja também expressão de uma crise de liderança. Embora a Soberana seja poupada pela imprensa como governante nenhum antes dela — supera o próprio Lula nesse particular porque setores da imprensa, como Jabor, alimentam a fantasia de que ela é diferente dele… —, começa a ficar evidente que ela não é nem nunca foi do ramo. “De que ramo, Reinaldo? Do ramo do toma lá dá cá?” Ora, quem disse que ela não faz isso? Faz, sim! Tanto é que Crivella está lá tentando botar a minhoca no anzol — isso só para citar o caso quase folclórico. Refiro-me mesmo ao ramo da política, aquele que consegue imprimir uma linha ao governo. Não há nenhuma.
A questão política - Ou: Crise de liderança
Tentem saber quem faz a articulação política do governo. É uma tarefa impossível. Nas Relações Institucionais, está Ideli Salvatti (PT). Sua expressão política era de tal sorte que se arranjou pra ela, inicialmente, um lugarzinho no Ministério da Pesca, um prêmio de consolação por sua derrota na disputa pelo governo de Santa Catarina. Quando foi nomeada, os coleguinhas que cobrem política em Brasília sabem muito bem, os petistas não eram os menos estupefatos. Ideli sempre foi muito útil como tropa de choque, para promover gritaria em CPI, para o confronto, para a guerra… Para a costura de bastidores? Quem confia na sua articulação?
Na Casa Civil, está Gleisi Hoffmann. Dela se diz que deve ter um desempenho ligada à área técnica, à “fazeção”. Ocorre que a pasta tem ramificações que são obviamente políticas, e ela não tem o trânsito necessário para suportar as agruras de uma modelo de poder que este escriba batizou de “Feudalismo de Coalizão” — tendendo ao baguncismo de colisão caso inexista uma figura com habilidade para costurar os vários interesses. E Dilma não tem! Em outros tempos, o Ministério da Justiça ajudaria nessa articulação, mas José Eduardo Cardozo, entendo, é a estrela ascendente mais descente (vocês se lembram dessa palavra, certo?) de Brasília.
Restavam as figuras dos líderes do governo no Senado e na Câmara, que foram trocados. Romero Jucá (PMDB-RR) nunca foi outra coisa que não procurador dos interesses de uma fatia do PMDB, e Candidato Vaccarezza nunca teve largueza de pensamento e descortino para ajudar a dar um rumo ao que rumo não tem.
Prestem atenção a este trecho. Vejam como este analista definia Dilma em 3 de fevereiro de 2011, com um mês de mantado:
“O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva aviltou de tal modo o decoro da Presidência da República, inclusive e muito especialmente para fazer a sua sucessora, que, agora, o simples fato de ELA não ser ELE confere à atual mandatária uma aura de superior delicadeza com as instituições. Se Lula estava sempre pronto a proferir um impropério qualquer contra a lógica, a história, a ciência e até a boa educação, Dilma faz de seu silêncio uma melodia que desafia as leis da física do poder e se propaga no vácuo da política. A estratégia marqueteira para criar a rainha da Inglaterra está, sem dúvida, dando certo. Dona Dilma Primeira, a Muda, é muito elogiada por todas as coisas que não diz. Não deixa de ser um feito notável. Candidata beneficiária da bravata, da bazófia e da mistificação buliçosas e altissonantes, a agora presidente se beneficia do mutismo.”
Os leitores habituais de memória mais atilada sabem que é trecho de um post publicado aqui, que dava conta do encantamento inicial, que persiste, da crônica política com a presidente. Ela se definia pelo “não”, por um certo senso de decoro que nunca socorreu seu antecessor. Mas é pouco para governar. Leiam um dia o texto “Um Artista da Fome”, de Kafka. Ele se tornou célebre por não comer. Muitos se indagavam como conseguia feito tão extraordinário. Um dia ele revelou: a verdade é que nunca gostara de comer. Muitos tomaram como talento a falta de imaginação política de Dilma e de habilidade no trato dessa arte. Nem sempre o silêncio e a discrição são evidências de pensamento e ponderação. Às vezes, é mesmo falta do que dizer. Dilma governa, sim. Mas não lidera.
A questão administrativa
No ano passado e algumas vezes já neste 2012, fiz a conta de quantas casas, UPPs, UPAs, creches, quadras poliesportivas e postos policiais Dilma deixava de entregar por dia. A farra de Lula para elegê-la, é certo, cobrou o seu preço em cortes no Orçamento — mas ela é parte da equação; logo, não é vítima, mas beneficiária das irresponsabilidades fiscais do outro. Nem vou mais avançar nesse terreno. Sim, os PMDBs, PRs e quejandos fazem política segundo os moldes do “feudalismo de coalizão” — grupos com interesses distintos, avessos, muitas vezes, ao cerne das teses do partido dominante, viram base de apoio porque recebem lotes da administração —, e suas ações, com alguma frequência, falam a linguagem da chantagem. Nesta quarta, por exemplo, Blairo Maggi (MT), líder do PR, anunciou a migração da legenda para a oposição, a menos, claro, que o governo considere úteis os sete senadores do partido etc. e tal. Nada disso é muito bonito! Mas não é algo a que o governo não esteja acostumado ou que não promova. Ademais, é mentira que jamais ceda a pressões.
Ocorre que o governo Dilma não acontece, não deslancha. A âncora permanece enterrada na areia. Políticos gostam disso e daquilo, mas, acima de tudo, precisam de votos. Querem as obras em seus respectivos municípios, em sua base eleitoral. Em 2011, segundo o seu programa de governo, Dilma deveria ter entregado:
- 3.288 quadras esportivas em escolas;
- 1.695 creches;
- 723 postos de policiamento comunitário;
- 2.174 Unidades Básicas de Saúde;
- 125 UPAs.
Praticamente nada saiu do papel. Àquele milhão de moradias prometidas pelo programa “Minha Casa Minha Vida”, herdado do governo Lula, ela acrescentou a jura de outros dois milhões até 2014. Já fiz as contas aqui. No ritmo de entrega das casas, cumprirá a promessa daqui a 22 anos. É bem possível que haja um monte de cúpidos querendo enfiar a mão no dinheiro público (já falo a respeito), mas o fato é que até esses dependem de uma eficiência mínima do governo. E ele não anda.
Ora, quem não se lembra da solene promessa da candidata: se eleita, espalharia UPPs Brasil afora, seguindo o modelo do Rio (que está longe, diga-se, de ser um exemplo…)? Abaixo, publico um vídeo da sua campanha eleitoral. É material de propaganda, coisa deles. Gravem. O risco de que tirem do ar é grande. Vejam que ela promete espalhar Unidas de Polícia Pacificadora Brasil afora. Volto em seguida:
Agora leiam ou releiam trechos de reportagem de Thiago Guimarães e Estelita Hass Carazzai na Folha de ontem:
O governo federal engavetou a principal promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff na área de segurança pública: instalar 2.883 UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) pelo Brasil. Segundo o Ministério da Justiça, técnicos avaliaram o cálculo do projeto apresentado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva e encampado por Dilma na campanha como “superdimensionado”. Ainda segundo técnicos, não haveria sequer efetivo policial suficiente em algumas cidades para instalar as UPPs. Agora, de acordo com o Palácio do Planalto, os recursos inicialmente previstos para construção das unidades pacificadoras, que chegam a cerca de R$ 1,6 bilhão, irão para outras ações, como combate ao uso do crack e vigilância das fronteiras do país.
(…)
Em programa eleitoral veiculado em 21 de setembro de 2010, por exemplo, a então candidata Dilma prometia, como parte do PAC 2 (segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento), “mais de 2.800 postos de polícia comunitária” pelo país. Agora, com 15 meses de gestão, a promessa sumiu do primeiro balanço do PAC 2, divulgado na semana passada. Dos R$ 350 milhões previstos para a ação em 2011, nenhum centavo foi gasto. Tampouco houve até o momento execução dos R$ 188,5 milhões previstos para 2012, aponta levantamento feito pela ONG Contas Abertas, a pedido da Folha, em dados do Siafi, sistema que registra os gastos do governo.
O cenário reflete os cortes no Orçamento feitos pelo Planalto em 2011. Da dotação de R$ 2,1 bilhões do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), que abrange a construção dos postos, apenas R$ 1,05 bi (50%) foi gasto.O resultado é que Estados que enfrentam aumento nos índices de violência e optaram pela construção das UPPs estão tirando dinheiro do próprio bolso. Na Bahia, por exemplo, o governo gastou R$ 1,4 milhão para erguer cinco bases de segurança - outras 12 devem sair em 2012.
(…)
Voltei
Deu pra entender? Alguém poderia indagar: “Mas essa ineficiência deveria se refletir, então, na opinião da população”. Ainda não! E não com a economia nesse patamar. As pessoas que mantêm a esperança  tendem a achar que podem não estar vendo a obra na sua cidade ou no seu bairro, mas em algum lugar ela estará. Os políticos são os primeiros a reagir, reitero, porque querem voltar à sua base e tirar fotografia ao lado da quadra, da UPA, da UPP, da creche, da casa… E quase não há retrato a ser tirado. Dilma, por exemplo, não entrega as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), da área da saúde, mas promete botar câmeras nos corredores dos hospitais públicos para acompanhar tudinho de seu computador. Ora… O rasgo de populismo cesarista internético pode até seduzir um ou outro. Para os políticos, não vale nada. Precisam das obras. E a população também, diga-se, por motivos diferentes.
Sim, existe também a chantagem
E existe, sem dúvida, a chantagem dos partidos da base aliada. O tal “presidencialismo de coalizão” não foi inventado por Dilma Rousseeff, Lula ou FHC. A rigor, é uma criação da Constituição de 1988, que confere poderes imperiais ao presidente, mas também dá ao Congresso a oportunidade de infernizar a sua vida se quiser. Soma-se a isso a barafunda partidária brasileira, e o custo do que chamam governabilidade é o loteamento da administração. A tarefa de um chefe do Executivo no Brasil é um pouco mais complexa do que a de seu congênere americano, por exemplo, que tem de negociar, basicamente, com dois partidos. Por aqui, lobbies e interesses paróquias vão se infiltrando numa miríade de legendas que têm pouco ou nenhum compromisso com um programa de governo.
Digam-me cá: por que o partido X ou Y faz tanta questão de nomear, por exemplo, o diretor financeiro de uma estatal ou o chefe de compras? Não deve ser para testar seus próprios modelos de rigor contábil, não é mesmo? Sem que haja a menor possibilidade de errar, por bons motivos é que não é. A verdade insofismável, e qualquer político da base aliada sabe disso, é que o lulo-petismo não só deixou de corrigir os problemas que herdou como os extremou. Ninguém como Lula soube comprar a confiança dos partidos, pagando-lhe a fidelidade com ministérios, estatais, cargos, prebendas etc. E teve a sorte de governar num período de vacas muito gordas. Ouvi de um político — não direi o nome porque foi um off — literalmente esta frase em 2007: “Se eu soubesse que eles eram assim, teria aderido muito antes”. Ele se referia à facilidade com que Lula operava justamente o toma lá dá cá. E  emendou: “FHC não ouvia ninguém e tinha sempre o nariz meio empinado com os políticos; tucanos têm a mania de achar que sabem tudo”. Entendido.
Alguém dirá neste ponto: “Mas, então, você está dando razão a Jabor!” Não estou, não! Quem disse que o governo Dilma atua de modo muito diferente? O modelo é o mesmo. Ocorre que ela opera com menos recursos do que o antecessor, tem uma gestão muito menos operativa e é incapaz de se articular nesse serpentário — Lula sempre foi um notório encantador de peçonhentos. Essa crise, insisto, não chegou ao povo, e isso, curiosamente, pode ser um elemento fomentador da própria crise. “Como, Reinaldo? Não entendi!” Eu explico.
Daqui a pouco sai alguma pesquisa sobre a avaliação do governo e da própria Dilma. Pode ter andado um pouco pra cá, um pouco pra lá, mas nada muito significativo. Os números serão ainda robustos, e isso sempre confere ao mandatário a sensação da onipotência. Aquele diabinho mau conselheiro — e também alguns puxa-sacos — soprará aos ouvidos da Soberana: “Vossa Excelência está no caminho certo!”. Boa parte da imprensa que a elogiou por demitir os suspeitos de corrupção que ela mesma nomeou continuará a exaltá-la, como fez Jabor, por sua resistência à “chantagem”. E tudo continuará mais ou menos como era antes, mas sempre um pouquinho pior.
Encerrando
A crise existe, em suma, porque inexiste articulação política no governo, porque a administração é ruim a mais não poder e porque os sócios da vitória, dado o “feudalismo de coalizão”, exigem a sua parte do butim. Se a economia continuar mais ou menos assim, ancorada no consumo — nada brilhante, mas também sem grandes traumas —, Dilma vai levando. Não havendo nenhuma tragédia nos gramadas em 2014 — refiro-me ao evento como um todo, não ao desempenho da Seleção (acho vitória ou derrota irrelevantes eleitoralmente) —, a chance de reeleição é grande. Sem uma catástrofe na economia até o pleito ou alguma ocorrência extrapolítica, seu futuro me parece mais ou menos garantido.
O problema, amiguinhos, é que futuro terá o Brasil, tendente a dobrar a aposta num governo medíocre.
Por Reinaldo Azevedo

Agenda põe o petista Agnelo Queiroz, de novo, sob suspei

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Por Fábio Fabrini, no Estdão;
Uma força-tarefa formada por Polícia Civil, Receita Estadual e Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) vai pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue se o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), recebeu dinheiro de um grupo farmacêutico acusado de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de cartel e falsificação de medicamentos.
Desencadeada pelos três órgãos no ano passado, a Operação Panaceia apreendeu uma agenda com registros de contabilidade da diretoria do laboratório Hipolabor. Os dados apontam supostos pagamentos ao petista em 2010, ano em que deixou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para concorrer ao Palácio do Buriti.
O material, ao qual o Estado teve acesso, foi recolhido em abril, em buscas autorizadas pela Justiça em escritórios e nas casas de proprietários do grupo, que controla também o laboratório Sanval e a distribuidora Rhamis. A página referente a 24 de maio de 2010 traz a anotação “Agnelo”, ao lado de “50.000″. No dia 30, há outra anotação, aparentemente abreviada: “Agnelo: 50.”.
A PGR já analisa um vídeo no qual Daniel Almeida Tavares, lobista de outra indústria farmacêutica, a União Química, acusa o governador de receber propina, quando diretor da Anvisa, para liberar licenças para a empresa. Segundo o denunciante, o suborno de R$ 50 mil teria sido pago em 2008 - desse valor, R$ 5 mil teriam sido depositados diretamente na conta do petista. Agnelo admite o depósito, mas nega irregularidades. Diz que a quantia foi a devolução de um empréstimo feito a Tavares.
Evidência. A agenda apreendida na Panaceia, que contou com a colaboração de agentes da própria Anvisa e do Ministério da Justiça, seria a primeira evidência documental já apresentada do suposto esquema de propina na agência. No vídeo, Daniel diz que o pagamento era para a liberação do Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF), documento exigido para o registro de medicamentos e sua consequente comercialização. Sem ele, também não é possível participar de licitações e vender produtos para o Ministério da Saúde, Estados e municípios.
Em seu mandato na Anvisa, de 24 de outubro de 2007 a 1.º de abril de 2010, Agnelo assinou ao menos oito resoluções que beneficiaram as três empresas do grupo. Pela caneta do petista, elas receberam certificados de boas práticas.
Embora processado pela morte de pacientes que usaram seus produtos em dois Estados e com um histórico de medicamentos suspensos pela Anvisa por problemas de qualidade, o Hipolabor obteve de Agnelo o carimbo de “boas práticas de fabricação” por meio de duas resoluções, assinadas em 14 e 28 de agosto de 2009. Válidas por dois anos, as autorizações acabaram cassadas antes de expirar, em junho do ano passado, após a Panaceia.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

ISTO É O PT -Os medalhões do Banco do Brasil, pelo visto, não acreditam nesse negócio de deixar dinheiro no… banco!


Por Andreza Matais, na Folha:
O presidente da Previ, Ricardo Flores, usou R$ 190 mil em dinheiro vivo para comprar uma casa em Brasília em 2010. Flores afirma que tomou o dinheiro emprestado de um empresário conhecido, que negou a informação.  (…)
[Flores] comprou a casa de uma dentista por R$ 1,65 milhão. Na semana passada, Flores disse à Folha que pagou R$ 900 mil com um empréstimo da Previ e R$ 750 mil com recursos “disponíveis”. Flores ganha R$ 50 mil brutos por mês. A dentista Angela Françolin disse que parte do pagamento foi feito em espécie. “Fui um dia, à tarde, buscar na imobiliária. O dinheiro estava num envelope pardo.”
(…)
Segundo documentos que Flores exibiu à Folha, o empresário [que emprestou o dinheiro] é Jorge Ferreira, dono de restaurantes em Brasília e amigo de políticos do PT.
Ferreira disse conhecer Flores, mas afirmou que nunca emprestou dinheiro a ele. “Nunca. Para o presidente da Previ? Me tira disso.”
(…)
O presidente do BB, Aldemir Bendine, também usou dinheiro vivo num negócio em 2010, quando pagou R$ 150 mil em espécie por um apartamento em São Paulo. Flores e Bendine são protagonistas de uma disputa política que tem alimentado trocas de acusações.
Por Reinaldo Azevedo

Eita! Collor já está dando conselhos a Dilma… Ou: A mentira e a verdade na fala do ex-presidente


“O Planalto precisa ouvir a Casa do lado. Digo isso com a experiência de quem, exercendo a Presidência da República, desconheceu a importância da Câmara e do Senado. O resultado deste afastamento do Legislativo Brasileiro redundou no meu impeachment.”
Esse é um conselho do senador Fernando Collor (PTB-AL) à presidente Dilma Rousseff, segundo informa Gabriela Guerreiro, na Folha Online. Que coisa, hein? Governo que recebe conselho de Collor, que é da base aliada, não vai bem.
A fala do ex-presidente tem lá a sua graça porque concentra verdade e mentira em doses iguais. Ela é falsa quando ele se refere ao próprio governo; se pensarmos em Lula… Explico.
Collor tenta nos fazer crer que caiu, coitadinho, só porque não cedeu a chantagens do Congresso. Errado, valente! Lembra-se de PC Farias, do Morcego Negro, da Tratoral, da Operação Uruguai, daquele quase prosaico Fiat Elba, do desastre na economia? Falo, assim, palavras mais ou menos soltas, que me vêm à lembrança. E havia uma parcela expressiva da população na rua — incentivada, em parte, pelo PT, em cuja base Collor está hoje.
Mas vamos pensar no governo Lula. As lambanças da era Collor, em confronto com tudo o que se viu no mensalão, evidenciavam um esquema amador. Há quem diga que é contraste entre o assalto ao estado promovido por um grupo e o promovido por um partido, por um sistema. Parece-me uma boa hipótese de trabalho, de alcance até acadêmico.
Quem salvou Lula do buraco? Em boa parte, justamente o aspecto mais nefasto da “profissionalização” do lulo-petismo, que compreende, sim, a cooptação do Congresso. Há outras diferenças, estas geralmente supervalorizadas pelos “inteliquituais” ligados ao PT, como a popularidade do Apedeuta, bem maior do que a de Collor, e a qualidade da economia. O tal caçador de marajás levou o país à ruína.
Vamos ver. Dilma ainda é bastante popular, e não se pode dizer que os aspectos mais deletérios do seu governo tenham ganhado já uma tradução popular. Nem mesmo estou certo de que venham a ganhá-la até a eleição de 2014.
Então, o que é que está pegando?
Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 13 de março de 2012

QUEREM LEGALIZAR O ABORTO SEM QUE A POPULAÇÃO FIQUE SABENDO. OU: OS PROGRESSISTAS ADERIRAM À EUGENIA! FAZ SENTIDO: NA ORIGEM, SÃO IRMÃOS SIAMESES DO FASCISMO!


A cada vez que se pensa em fazer reformas no Brasil, é bom botar as barbas de molho. O risco de que as coisas piorem é gigantesco. Vejam o caso da reforma política. O que se gestou é muito pior do que o que se tem hoje.  O debate sobre a atualização do Código Penal segue por essa trilha infeliz. De maneira sorrateira, vigarista, a tal Comissão de Juristas, que elaborou uma proposta para ser debatida no Senado, propôs a legalização do aborto, ainda que dê à coisa outro nome. Os valentes querem o Artigo 128 com esta redação:
Art. 128. Não há crime se:
I - se houver risco à vida ou à saúde da gestante.
II - a gravidez resulta de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida;
III - comprovada a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que inviabilizem a vida independente, em ambos os casos atestado por dois médicos.
IV - por vontade da gestante até a 12ª semana da gestação, quando o médico constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade.
§ 1º Nos casos dos incisos II e III, e da segunda parte do inciso I, o aborto deve ser precedido de consentimento da gestante, ou quando menor, incapaz ou impossibilitada de consentir, de seu representante legal, do cônjuge ou de seu companheiro.
A Constituição garante a proteção à vida desde a concepção. A proposta dos bacanas a nega. Logo, ela transgride a Constituição. E daí? Não nos faltariam feiticeiros para afirmar, sei lá, que “o espírito da Carta” autoriza tal prática. Vocês sabem o que penso sobre o aborto. É claro que outras pessoas têm o direito de defender o contrário.  Que, então, defendam! Mas aí lhes falta coragem. Querem meter a mudança goela abaixo da população sem nem mesmo ter o trabalho de defender um ponto de vista.
Ora, releiam o texto acima. Basta que a mulher queria abortar e seja convincente ao demonstrar “que não tem condições psicológicas”, tudo bem! O aborto será feito.
Atenção para a malandragem: o argumento mais forte dos abortistas é o chamado “direito que a mulher tem sobre seu corpo”. É o valor implícito no texto acima. Reparem que não existe homem na jogada; não existe pai. Bastaria que a mulher se entendesse com os médicos.
O Supremo vai decidir sobre os casos de anencefalia em breve. Afirmei aqui há dias, podem procurar no arquivo, que isso abriria o caminho para toda sorte de horrores. E abrirá. O conceito de “vida independente” é muito vago. Sob muitos aspectos, um indivíduo com Síndrome de Down, por exemplo, não tem uma “vida independente”. Precisará sempre de um monitoramento. Curioso, não? Os “progressistas” chegaram bem depressa à eugenia. Faz sentido. A história demonstra que são irmãos siameses dos fascistas.
Noves fora, o que vai acima se reduz ao seguinte: se a mulher falar que não quer a gravidez de jeito nenhum, faz-se o aborto. Ou será que caberia aos médicos e psicólogos esta improvável decisão: “Bem, ela rejeita a gravidez, não quer o filho de jeito nenhum, deixou claro que o bebê será um transtorno em sua vida, mas nós achamos que ela tem condições psicológicas, sim!”? Acho que isso não acontecerá.
Luiz Carlos Gonçalves, relator da Comissão do Código Penal, que já havia chamado outro dia o aborto de “método contraceptivo”, o que é um absurdo, falou ao Jornal Nacional. Prestem atenção:
 ”O médico diagnostica essa situação de desespero, de extrema gravidade, na qual a gestante não teria a menor condição de levar à frente a gravidez ou a maternidade em razão dessas situações psicológicas. Imagine, por exemplo, a pessoa que é viciada em crack e que nem sabe como engravidou…”
Imagino, sim! Acho que isso abre as portas não só para o aborto, não é? Por que não esterilizá-las, de vez, como os nazistas faziam com os fracos, os idiotas, os doentes?
Aborto pós-nascimento
Há dias, fizemos aqui um debate sobre uma proposta de dois especialistas, que defendem a legalização do infanticídio. Chamam a isso de “aborto pós-nascimento”. Como escrevi aqui, eles não deixam de ter razão quando afirmam que o status moral do feto e do recém-nascido é o mesmo; se um pode ser morto (e eles acham que pode), por que não o outro? Feto é coisa! Recém-nascido é coisa!
Goela abaixo
Aos poucos, as propostas contidas no “Plano Nacional-Socialista de Direitos Humanos” vão sendo apresentadas. Pretende-se legalizar o aborto no país sem que a sociedade seja chamada a dizer o que pensa a respeito.
Atenção, caras e caros, isso é uma tática para ganhar a opinião pública. Aos poucos, os “progressistas” pretendem deslocar uma posição majoritariamente contrária ao aborto para um ponto de maior tolerância — até que haja, tudo dando certo, uma maioria a favor do aborto.
Por um tempo ao menos, caso essa mudança seja aceita, viveremos a situação esdrúxula de ter uma lei que criminaliza o aborto — exceto no caso de a grávida querer o… aborto! Logo… A propósito: e se uma mulher quiser, a todo custo, interromper a gravidez, mas não o pai da criança? Ora… O pai só passa a ter direito a uma opinião depois de nascida a criança… E isso num país em que a paternidade irresponsável é um problema grave.
Este será um excelente debate. Vamos ver como vão se posicionar os digníssimos parlamentares. Neste exato momento, existem ONGs, lobbies e especialistas em opinião pública fartamente financiados por entidades estrangeiras pró-aborto encarregados de plantar notícias favoráveis à mudança do Código. Tentarão evitar ao máximo a palavra “aborto” — “legalização do aborto”, então, nem pensar! Falarão na “saúde da mulher” e na “proteção à gestante”. O feto será apenas uma “coisa”; é preciso retirar dele quaisquer atributos humanos para que se possa eliminá-lo sem polêmicas — tática usada pelos apologistas do infanticídio.
Notem que já há alguns dias a ministra Eleonora Menicucci (Mulheres) aparece como vítima no noticiário, pobrezinha! Na ONU, ela teria levado uma carraspana de “especialistas”, que estariam a exigir, como se pudessem fazê-lo, que o Brasil modernize a sua legislação sobre o assunto. Agora, será tratada como alguém silenciada por Marcelo Crivella, que seria a garantia, junto à bancada evangélica, de que o governo não tomará medidas para legalizar o aborto.
Na ONU, a propósito, Eleonora disse que caberia ao Congresso tomar as medidas. Este mesmo Congresso que agora passa a ser pressionado por essa reforma do Código Penal, que conta com apoio maciço da imprensa. Para variar, essa gente não percebeu que do mesmo manancial de que sai a legalização do aborto (e do qual derivou a perseguição aos crucifixos) pode sair a censura à imprensa. Debate-se um projeto de sociedade, não uma medida pontual. Os fetos não vão protestar. Este será sempre um confronto entre não-abortados, não é?, pouco importa de que lado se esteja. 
Por Reinaldo Azevedo

terça-feira, 6 de março de 2012

Matéria com (não) resultado das 38 viagens internacionais do governador é censurada

Eu soube que uma jornalista, não sei de qual órgão de imprensa, fez uma matéria mostrando que as 38 viagens internacionais do governador Jaques Wagner não resultaram em quase nada, ou nada. A matéria não saiu. Eu estou agora querendo saber qual foi esse órgão de imprensa que censurou essa matéria, que é uma critica normal. Todo governante tem que sofrer críticas. Serve até como limite para as coisas que acontecem dentro do governo e muitas vezes até o próprio governador não sabe
Aqui na Bahia nós já sofremos com falta de oposição ao governador Jaques Wagner. Até a maior parte da imprensa baiana é totalmente favorável e amaciada. Mas é péssimo para o desenvolvimento do governo e da democracia.
Por:  Mário Kertész

LULA, PT E DEMOCRACIA JUNTOS? ISTO NÃO EXISTE.

Em seus dois mandatos, Lula se esmerou ao máximo em manter-se aliado a ditaduras como as dos irmãos Castro, em Cuba, sem esquecer o Irã, Venezuela, Equador e até mesmo republiquetas como a Coreia do Norte. Com relação à Líbia, chamou o tiranete Muamar Kadahf de 'meu amigo, meu irmão, meu líder'. Lula nunca condenou suas ações, ao contrário do que fizeram a ONU e nações democráticas.

ASSIM GOVERNA O PT. TRANSPARÊNCIA SÓ SE FOR EDITADA.

No governo Paulo Souto, os deputados passaram a ter a senha do Sistema Informatizado de Planejamento – Siplan, acesso este suspenso tão logo o governador Jaques Wagner assumiu e isso faz cair por terra o discurso petista de gestão transparente'.O governo argumenta que disponibiliza tudo no site Transparência Bahia. 'Nesse site os dados são editados, não estão em tempo real e às vezes somem. Sem esquecer que recebeu críticas da ONG Contas Abertas justamente por falta de transparência'.

quinta-feira, 1 de março de 2012

E SE FOSSE COM FERNANDO HENRIQUE CARDOSO OU MESMO O JOSÉ SERRA? O QUE A IMPRENSA COMPRADA PELO PARTIDO DOS TRABALHADORES DIVULGARIA? QUANTA DIFERENÇA DE GOVERNAR.



WikiLeaks: compra de aviões seria ‘aposentadoria’ de Lula
Um dos milhões de e-mails divulgados nesta segunda-feira pelo site WikiLeaks da empresa de inteligência e análise estratégica Stratfor diz respeito à compra de equipamentos militares pelo Brasil durante o governo Lula. Um funcionário do governo americano alocado no Brasil conversa sobre o negócio com um Stratfor chamado Marko Papic.
É evidente que o que se tem é quase nada para dar curso à desconfiança de que Lula recebeu propina dos franceses, como afirma o tal funcionário. Por mais que as negociações com os franceses tenham trilhado caminhos um tanto heterodoxos — eu mesmo escrevi bastante a respeito —, é o suficiente para dar início à campanha “Lula recebeu bola dos franceses”? Acho que não.
Mas agora peço que vocês ponderem: imaginem o que o JEG — Jornalismo da Esgotosfera Governista — não estaria fazendo, E COM PATROCÍNIO DE ESTATAIS, se os alvos da desconfiança fossem FHC, Serra ou outro tucano qualquer… Ora, fariam o que se pode ver todos os dias em suas páginas — os que têm estômago para aquilo ou são tolos o bastante para acreditar em penas de aluguel.
Chamo atenção, insisto, para este aspecto do problema: quem patrocina a campanha que esses caras fazem contra lideranças da oposição, autoridades do Judiciário e jornalistas e veículos de comunicação independentes são as estatais. Usa-se descaradamente o Estado para financiar uma guerra suja de natureza política.
Eles, que gostam tanto do WikiLeaks, silenciaram desta vez. Não só eles, é bom destacar. A própria grande imprensa, que se registre, teria dado muito mais visibilidade à acusação se o alvo não fosse Lula.