quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A imprensa brasileira virou o “Crodoaldo Valério” da Dilma, a “Venturosa do São Francisco”


A imprensa, com as exceções de praxe, beija a mão da "Sapientíssima do Bananão"
É realmente espantoso! Vive-se um momento único de imbecilidade e imbecilização da política. Dilma Rousseff, a presidente da República, foi transformada em ombudsman do próprio governo. A peça de humor da hora diz respeito às obras de transposição do São Francisco, que estão atrasadas — em muitos trechos,  paradas mesmo.
No governo Lula, essa área estava sob o supergerenciamento da supergerente superpoderosa Dilma Rousseff, a “Venturosa do São Francisco”, assim como estavam  os aeroportos. Era a “Pitonisa de Cumbica” que cuidava de tudo. Com os resultados conhecidos. Pois bem.
Conforme vocês podem ler em trecho de uma reportagem do Portal G1, no post anterior, a “Fabulosa de Brasília” foi visitar as obras. E mandou brasa:
“Agora, nós queremos resultado. Nós negociamos, nós resolvemos os problemas técnicos que haviam, e agora queremos resultado e isso será cobrado. Eu cobro do ministro, o ministro cobra dos funcionários do Ministério da Integração, e nós todos vamos cobrar daqueles que estão executando as obras em parceria conosco, que são as empresas privadas e o Exército”.
Ela deve ter dito “haviam” mesmo… Não tenho motivo nenhum para duvidar. Notem que ela transforma o governo num simples cliente que contratou o marceneiro ou o pedreiro, e estes, para não variar, atrasaram a obra. Ela mesma não tem nada com isso. Como também não tem com os sete ministros demitidos sob suspeita de corrupção. Dilma, a “Suprema do Planalto”, é só aquela que demite — nem parece que foi ela quem nomeou…
Compra-se tranqüilamente a versão de que Dilma é uma chefe durona, que põe a máquina pra funcionar. Põe? Só em creches, ela ficou devendo, no ano passado, quase 1.700 das 6 mil prometidas até 2014. Não entregou nenhuma até agora! Mas isso também não é com ela… Sabem como é a máquina, né?
Eu poderia sugerir que alguma reminiscência da escravidão transformou Lula no nosso nhonhô e Dilma na nossa Iaiá, mas acho que seria pura sociologice tomando o lugar da política. Estamos mesmo diante de uma versão carnavalizada, tropical e despotencializada do velho culto à personalidade, típico dos fascismos e do comunismo. Afinal, eles são os “companheiros” que zelam por nós. Se governantes de outros partidos não cumprem o que prometem, são incompetentes ou falastrões, e um monte de ONGs e movimentos sociais petistas vão ficar pegando no seu pé e pautando a imprensa — não é Oded Grajew? Quando isso se dá no governo de um companheiro, a culpa só pode ser de terceiros:  das empresas privadas, do Exército, do FHC, dos “503 anos de colonização” (como sabem, o Brasil só se tornou independente no dia 1º de janeiro de 2003).
Que coisa! O maior ativo político de Dilma são os sete demitidos sob suspeita de corrupção e a máquina emperrada, na qual ela pitos. Nada, em suma, prova mais as virtudes da “Magnífica do Jornalismo Adesista” do que a soma,  no governo, da incompetência com a corrupção.
Não é, Crodoaldo Valério?
PS - Há uma diferença entre o Crodoaldo, criado pelo competente Aguinaldo Silva, e esses setores da imprensa a que me refiro. A personagem soma à sua subserviência uma certa inocência infantil. Neste grupo de que falo, inocência não há.
Por Reinaldo Azevedo

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