domingo, 17 de outubro de 2010

Os “ricos” decorosos de Belo Horizonte

Por Reinaldo Azevedo
Chego a achar, às vezes, que os petistas guardam números piores do que aqueles que os institutos de pesquisa têm indicado. Só isso explica a histeria que tomou conta do partido. Ok. Diferença de seis pontos, num segundo turno, não chega a ser um latifúndio, mas também não é para enlouquecer ninguém. E os petistas surtaram.

Ontem, em Belo Horizonte, Lula ressuscitou aquele seu particular entendimento de luta de classes, que tem jeitão de arranca-rabo de classes. Em cima de um jipe, em companhia de Dilma Rousseff, liderou uma carreta na capital mineira. Os moradores do bairro Mangabeiras, onde começou a manifestação, faziam sinais de negativo para a dupla, com os polegares apontados para baixo. Foi o que bastou para o Babalorixá de Banânia engatar aquele discursozinho usado:
“Eu fico constrangido, porque aquelas pessoas ricas foram as que mais ganharam dinheiro no meu governo. O que aquelas pessoas não conseguiram foi superar o preconceito contra um metalúrgico ser presidente e fazer pelo Brasil o que eles não conseguiram fazer”.

Pois é… Com efeito, os ricos não têm mesmo muito do que reclamar. O presidente tem razão. E por que, então, o sinal de negativo daqueles “ricos” ao menos? Vai ver não é preconceito, mas senso de decoro, de decência. Fossem egoístas, pensariam apenas em si mesmos e diriam: “Para mim, está bem. Então que se dane o resto!” Vai ver pensam também no país…

De vez em quando, o Lula de 1989 ressuscita com sua guerrinha vagabunda entre ricos e pobres, típica do tempo em que ele não vencia eleições.

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