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Conforme Tio Rei antecipou, Marina Silva, do PV, declarou neutralidade. Considerou que é o melhor para a sua carreira política. Ela está em campanha para 2014 desde que se lançou candidata a 2010. Como o eleito, Serra ou Dilma, enfrentará algumas dificuldades, o PV quer ser o PT de qualquer um dos dois, entenderam?, só que com muito amor no coração — que é a diferença entre Marina e os demais: ela bate nos outros porque é boa; os outros se batem (mas jamais batem nela) porque são maus. Pfuiii…
O problema é que o PV não é o PT; não tem estrutura para segurar o embate. Mas os “marineiros” estão convencidos de que há uma nova política no ar… Então tá.
Os verdes estão hoje nos jornais. O curioso é que se comportam como ombudsman dos outros partidos. Tornaram-se verdadeiros juízes do processo eleitoral e do programa alheio, dizendo o que é aceitável e o que não é. Eles próprios, no entanto, tiveram a chance de dizer o que pensam e o que querem. Há quem tenha entendido o que Marina falou. Eu, confesso, nunca entendi. O que sei é que se consideram diferentes dessa gentalha da política tradicional.
Cada um vive o seu momento, a sua hora da decisão. O PV persegue um modelo. Em 1985, Luiz Inácio Lula da Silva, que era a Marina Silva de então, tinha como escolher no Colégio Eleitoral: Tancredo ou Maluf? Lula e o PT decidiram: ninguém! E a história se fez sem eles. Tornaram-se, depois, seus grandes beneficiários, reescrevendo o seu próprio passado e o passado alheio.
É o modelo que segue Marina: “Somos limpos e oxigenados demais e não vamos nos meter com essa gente aí, não, e um dia a história nos dará razão”. Já escrevi aqui, e ainda desenvolverei melhor a idéia: Marina deve acreditar que a vaga de Lula no imaginário político — o bom selvagem de Rousseau — está vaga e precisa ser preenchida. Ela vai tentar ocupá-la. A meu ver, ignora o fato de que aquela construção tinha, na base, um partido arraigado nos sindicatos e incrustado no aparelho do estado, o que ela não tem. Ocorre que a sua construção — a política que não é “poluída” — só faz sentido assim, sem compromisso com o mundo real.
Por Reinaldo Azevedo
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