sábado, 16 de outubro de 2010

O silêncio diante da mentira

Por Reinaldo Azevedo
Eu sou, todo mundo sabe, um defensor convicto do governo FHC. Acho que foi ele quem tirou o Brasil do sono profundo. Em certa medida, até Lula faz parte dessa construção — sem que ele próprio, Lula, saiba por quê. Mas essa é matéria para outra especulação. Há oito anos ao menos — na verdade, mais tempo, desde que o PT estava na oposição —, combato as mentiras sistemáticas contadas pelo partido sobre este grande brasileiro.

Acho, sim, que a campanha da oposição explora mal as conquistas do passado. É possível fazê-lo sem cair no jogo maniqueísta do PT. Serra diz a verdade, por exemplo, quando afirma, no horário eleitoral, que todos os governos da fase democrática privatizaram estatais. Mas é um texto fraco e defensivo para falar sobre a Petrobras, por exemplo. Por que não informar — informar — o que era a empresa em 1995, primeiro ano do governo tucano, e o que era em 2002, última ano? Quantos barris de petróleo produzia antes e quantos produzia depois? Qual era o faturamento antes e qual era o faturamento depois? As mentiras contadas pelo PT precisam ser combatidas com fatos — que existem em abundância.

Muito bem! Até havia alguns dias, alguns colunistas cobravam que as virtudes da gestão tucana fossem para o horário eleitoral. Algumas foram. Os petistas voltam a atacar duramente o antecessor de Lula — incluindo a boçalidade sobre a intenção de privatizar a Petrobras. E agora? Cadê os mesmos colunistas para apontar as mentiras? Por que não dizem, em nome da objetividade, que as coisas que o PT afirma não correspondem aos fatos?

Não! Ficam todos calados.

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