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Por Fábio Fabrini, no Estdão;
Uma força-tarefa formada por Polícia Civil, Receita Estadual e Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) vai pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue se o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), recebeu dinheiro de um grupo farmacêutico acusado de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de cartel e falsificação de medicamentos.
Uma força-tarefa formada por Polícia Civil, Receita Estadual e Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) vai pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue se o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), recebeu dinheiro de um grupo farmacêutico acusado de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de cartel e falsificação de medicamentos.
Desencadeada
pelos três órgãos no ano passado, a Operação Panaceia apreendeu uma
agenda com registros de contabilidade da diretoria do laboratório
Hipolabor. Os dados apontam supostos pagamentos ao petista em 2010, ano
em que deixou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para
concorrer ao Palácio do Buriti.
O material, ao qual o Estado teve
acesso, foi recolhido em abril, em buscas autorizadas pela Justiça em
escritórios e nas casas de proprietários do grupo, que controla também o
laboratório Sanval e a distribuidora Rhamis. A página referente a 24 de
maio de 2010 traz a anotação “Agnelo”, ao lado de “50.000″. No dia 30,
há outra anotação, aparentemente abreviada: “Agnelo: 50.”.
A PGR já
analisa um vídeo no qual Daniel Almeida Tavares, lobista de outra
indústria farmacêutica, a União Química, acusa o governador de receber
propina, quando diretor da Anvisa, para liberar licenças para a empresa.
Segundo o denunciante, o suborno de R$ 50 mil teria sido pago em 2008 -
desse valor, R$ 5 mil teriam sido depositados diretamente na conta do
petista. Agnelo admite o depósito, mas nega irregularidades. Diz que a
quantia foi a devolução de um empréstimo feito a Tavares.
Evidência.
A agenda apreendida na Panaceia, que contou com a colaboração de
agentes da própria Anvisa e do Ministério da Justiça, seria a primeira
evidência documental já apresentada do suposto esquema de propina na
agência. No vídeo, Daniel diz que o pagamento era para a liberação do
Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF), documento exigido
para o registro de medicamentos e sua consequente comercialização. Sem
ele, também não é possível participar de licitações e vender produtos
para o Ministério da Saúde, Estados e municípios.
Em seu
mandato na Anvisa, de 24 de outubro de 2007 a 1.º de abril de 2010,
Agnelo assinou ao menos oito resoluções que beneficiaram as três
empresas do grupo. Pela caneta do petista, elas receberam certificados
de boas práticas.
Embora
processado pela morte de pacientes que usaram seus produtos em dois
Estados e com um histórico de medicamentos suspensos pela Anvisa por
problemas de qualidade, o Hipolabor obteve de Agnelo o carimbo de “boas
práticas de fabricação” por meio de duas resoluções, assinadas em 14 e
28 de agosto de 2009. Válidas por dois anos, as autorizações acabaram
cassadas antes de expirar, em junho do ano passado, após a Panaceia.
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