13/06/2012
às 19:26
O
deputado Osmar Serraglio, do PMDB do Paraná, é uma pessoa de bem.
Ignoro qualquer fato que desabone a sua atuação como homem público. O
PMDB já havia sido cooptado por Lula em 2005 quando ele se tornou o
relator da CPI dos Correios, a tal CPI do Mensalão. Deveria servir de
exemplo para Odair Cunha (PT-MG), que chega ao estrelato na CPI do
Cachoeira. Serraglio comportou-se com isenção na condução dos trabalhos.
Pedir isso a um petista é exagero. Bastaria ser comedido.
Inconformado
com o lobby dos mensaleiros, que tentam apagar aqueles fatos da
história, ele foi hoje à tribuna da Câmara para expor uma lista de 12
evidências que fazem de José Dirceu protagonista do escândalo. Leiam o
que informa Rubens Valente, na Folha Online:
(…)Serraglio disse estar “farto da alegação de que o mensalão é fantasia”. A gota d’água, segundo ele, foi um artigo assinado pelo produtor de cinema Luiz Carlos Barreto, publicado ontem na Folha”, sob o “Por qué no lo matan?”, que faz a defesa de Dirceu.
“Certamente
me amofina essa cantilena repetida de que o ‘mensalão’ fora uma farsa,
como se a investigação não se realizou por parlamentares dos mais
diversos matizes político-partidários”, discursou o deputado. ”Ainda
agora assistimos José Dirceu concitando os jovens a se manifestarem
diante de sua inocência”, discursou o deputado. O deputado listou os
seguintes indícios coletados tanto pela CPI quanto pelo processo do
mensalão, que poderá ser levado a julgamento no STF (Supremo Tribunal
Federal) no segundo semestre deste ano:
1) à época
em que Dirceu era ministro, “nada ocorria sem o beneplácito do
super-ministro, como era chamado na imprensa e nos corredores do poder”;
2) Roberto Jefferson, líder do PTB, “confessa que tratou por mais de dez vezes do mensalão com Dirceu”;
3) o
publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza “afirmou que
ouviu de Delúbio [Soares, ex-tesoureiro nacional do PT e da campanha
presidencial de Lula em 2010], que Dirceu deu ‘aval’ aos empréstimos
bancários que alimentaram o mensalão;
4) a mulher
de Valério “assentou que Dirceu se reuniu com o presidente do Banco
Rural no Hotel Ouro Minas para acertar os empréstimos do banco”;
5) Valério “arrumou emprego para a ex-mulher de Dirceu no [banco] BMG em São Paulo”;
6) um sócio do publicitário se “tornou ‘comprador’ do apartamento da ex-mulher de Dirceu em São Paulo”;
7) Valério “afirma que foi quem ajustou a audiência havida entre os diretores do BMG e o ministro Dirceu”;
8 ) segundo
Valério, “Silvio Pereira [ex-secretário nacional do PT] lhe disse que
José Dirceu sabia dos empréstimos junto aos bancos”;
9) a
presidente do Banco Rural “declarou que Valério era um ‘facilitador’ das
tratativas com o governo” e “disse mais, que ‘Dirceu foi a única pessoa
do governo com quem ela falou” sobre o interesse do Rural relativo à
aquisição de parte do Banco Mercantil de Pernambuco;
10) o
ex-deputado Jefferson “afirmou que, por orientação de Dirceu, houve
encontro no Banco Espírito Santo, em Portugal, à busca de R$ 24
milhões”;
11) o ex-tesoureiro do PTB, “Emerson Palmieri relata que todas as tratativas eram ratificadas, ao final, por Dirceu;
12) a
ex-secretária de Valério na agência de publicada em Belo Horizonte (MG),
Karina Somaggio, “testemunhou que Valério mantinha contatos diretos com
José Dirceu”.
Serraglio
disse que a CPI ajudou a “abrir o caminho” para a eleição de Dilma
Rousseff, em 2010, como sucessora de Lula ao enfraquecer Dirceu, nome
natural dentro do PT, antes do escândalo, para uma eventual candidatura à
Presidência.
(…)
(…)
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