13/06/2012
às 13:45
Então…
Vejam que beleza a CPI lá reunida.
A CGU e a
Polícia Federal apontaram uma penca de fraudes da Delta já em 2010.
Depois daquilo, a empresa celebrou mais de 30 contratos com o governo
federal, somando quase R$ 800 milhões. Ontem, a mesma CGU declarou a
construtora — a que mais recebeu por obras do PAC — inidônea.
Não
obstante, nada de investigar a Delta Nacional! PT e PMDB não deixam.
Pior ainda: depois daquela operação da CGU e da PF, o BNDES — um banco
de fomento (!) — emprestou R$ 139 milhões à empresa, a juros camaradas. A
diferença entre o valor que o governo paga na captação do dinheiro no
mercado (Selic) e o juro subsidiado para os eleitos cai nas nossas
costas. Somos, assim, meio sócios da Delta, entenderam? Mas não das
viagens a Paris. Se bem que não dá para encarar uma boquinha da garrafa
com lenço na cabeça…
A senadora
Kátia Abreu (PSD-TO) propôs ontem que se crie uma subcomissão para
apurar as malandragens da Delta, também aquelas — a maior parte — que
nada têm a ver com Carlinhos Cachoeira, mero operador da construtora no
Centro-Oeste. E no resto do Brasil?
Imagino os
correspondentes estrangeiros, especialmente os acostumados a democracias
organizadas, ao se dar conta da realidade brasileira:
— “Que gente estranha essa! O próprio governo apura pilantragem numa empresa, mas celebra com ela um monte de negócios e ainda empresta dinheiro a juros subsidiados!”
— “Que gente estranha essa! O próprio governo apura pilantragem numa empresa, mas celebra com ela um monte de negócios e ainda empresta dinheiro a juros subsidiados!”
— “Que gente
estranha essa! O próprio governo, que tem mais de R$ 4 bilhões em
contrato com a empresa, diz que ela é inidônea, e o Parlamento, que
mantém uma comissão de inquérito, nega-se a investigar a dita-cuja”.
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