REYNALDO ROCHA
A ira está na gênese do PT.
Se antes esta ira tinha aos olhos de muitos algo de santa, pelo inconformismo com a ditadura, hoje somente se mostra como fruto do sectarismo e inadequação a um ambiente de liberdade.
O PT nunca foi propositivo. Não se manifestava sobre o que pretendia fazer. Defendia ideias suficientemente amplas para nunca se comprometer com nenhuma.
Sempre se definiu como um partido “contra”. E ser contra algo é mais fácil do que ser a favor de ideias efetivas e possíveis.
O PT nunca soube construir. Especializou-se em destruir.
Quando copia, precisa destruir o passado para sentir-se dono do presente.
A formatação sem nenhum estofo intelectual, teórico ou político (na essência do termo) transformou o partido numa federação de grupelhos que disputam a hegemonia e uma espécie de campeonato de radicalismo. Assim, prescinde de oposição.
Só estão unidos quando precisam ser CONTRA os que lhes atravessam o caminho. Seja um partido político, um poder republicano ou o fato de a terra ser redonda…
O Poder Judiciário insiste em prender e condenar bandidos? O PT indica ministros! Os indicados não são cúmplices dos ladrões? Que se retire poder o Judiciário e que este seja controlado por companheiros, que são CONTRA o estado de direito.
As oposições querem criticar o governo? Que se criem condições para que o PT tenha 70% (isso mesmo!) do tempo de TV na próxima campanha presidencial (às oposições restam os outros 30%) para que todos aprendam que ser CONTRA é monopólio do petismo. O PT é contra tudo e todos que não se submetem.
No passado o PT não assinou a Constituição de 1988. Não apoiou Itamar Franco quando expulsamos Collor do Planalto. Não apoiou o Plano Real. Foi ao Supremo contra a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Hoje, apesar de usar TODOS os avanços a que negou apoio, continua CONTRA o que foi feito. Precisa reescrever a história, colocando-se em um cenário inventado, para então ser CONTRA tudo, agora em nome do que nunca fez.
O PT de Tarso Genro, por exemplo, tem raiva do PT de Rui Falcão, também como exemplo. O PT vive e sobrevive amparado na raiva. Como o cego que, ao nascer do sol, amaldiçoa a luz e o calor, debitando a estes a própria infelicidade.
O PT, se fosse um ser vivo (não fossilizado), seria a encarnação da infelicidade. Da mesquinharia. Da inveja. Da doença.
A raiva está para o PT como a droga está para o viciado. Precisa dela na veia. Os momentos de alegria nunca são causados por vitórias. O que os alegra é a derrota de outro, mesmo que aliado. Jamais cumpre acordos, pois quem tem raiva não tem discernimento. Nem mantém a palavra empenhada.
O PT é um partido sem propostas. E acredita que o Estado (cofres incluídos) lhe pertence. Quando alguém se põe CONTRA este projeto imundo de poder, o PT sente-se diminuído. Ser CONTRA é o que o PT sabe ser.
Quem é CONTRA tudo acaba sendo somente a favor de si mesmo.
É desta matéria que são feitas as ditaduras
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