Por Carlos Brickmann
Se o caro leitor não puder
almoçar seu arroz com feijão, salada, bife e sobremesa, resolva o problema com
uma folha de alface, duas ervilhas e um grão de milho. Pode não ser
satisfatório, mas o caro leitor não deixou de almoçar. Se o caro leitor ganha
muito pouco e está abaixo da linha da pobreza, resolva o problema com as
estatísticas do Governo Federal: de acordo com a Secretaria de Assuntos
Estratégicos da presidente Dilma Rousseff, quem ganha mais de R$ 291 mensais
integra a classe média. Assim foi possível fazer com que 35 milhões de
brasileiros se alçassem à classe média nos dez anos de Governo petista.
É simples assim: uma pessoa
não precisa ganhar mais de dez reais por dia para entrar na classe média. Um
casal que ganhe, em conjunto, R$ 582 mensais será também de classe média.
Pronto: no Brasil, só é
pobre quem quer.
Mas há limites para ser de
classe média. Quem ganhar a partir de R$ 1.019,10 por mês será de classe alta.
A história de achar que classe alta é coisa para Eike Batista está errada:
neste país em que se plantando tudo dá (especialmente notícias), até professor,
mesmo ganhando o que ganha, pertence à classe alta. O pessoal que tem recursos
para comprar deputado mensaleiro, dar carona de jatinho a quem toma decisões
sobre concorrências, fotografar a esposa usando sapatos de sola vermelha, esse
nem chega a ter classificação. Político corrupto, dos que trocam apoios por
Ministérios, está tão alto que a verdade se restabelece sozinha: este não tem
classe, nem categoria.
A classe média (de verdade)
paga a conta.
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