Por Alana Rizzo e Fábio Fabrini, no Estadão:
Maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Delta Construções S.A. teria negociado facilidades em contratos diretamente com a cúpula do Governo do Distrito Federal (GDF), em troca de favores de campanha eleitoral, como indicam grampos da Polícia Federal. Em conversas gravadas na Operação Monte Carlo, aliados do contraventor Carlinhos Cachoeira - acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País - revelam que a diretoria da empresa no Rio “cobrava a fatura” de doações eleitorais ao pressionar o Palácio do Buriti por nomeações e a liberação de verbas.
Maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Delta Construções S.A. teria negociado facilidades em contratos diretamente com a cúpula do Governo do Distrito Federal (GDF), em troca de favores de campanha eleitoral, como indicam grampos da Polícia Federal. Em conversas gravadas na Operação Monte Carlo, aliados do contraventor Carlinhos Cachoeira - acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País - revelam que a diretoria da empresa no Rio “cobrava a fatura” de doações eleitorais ao pressionar o Palácio do Buriti por nomeações e a liberação de verbas.
Em 2010, a
Delta consta como doadora de R$ 2,3 milhões apenas a comitês partidários
no País. Do total, R$ 1,1 milhão foi destinado ao Comitê Nacional do PT
e o restante ao PMDB. Não consta na prestação de contas do governador
do Distrito Federal eleito, Agnelo Queiroz (PT), ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) doação da construtura. Com Agnelo eleito, segundo a PF, a
Delta tentava emplacar aliados em cargos-chave de administrações
regionais e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) de Brasília, o que
facilitaria seus negócios. Além disso, tentava receber débitos do GDF
por serviços supostamente prestados.
Segundo
revelam os grampos, o então diretor da empresa no Centro-Oeste, Cláudio
Abreu, enfrentava dificuldades para atingir seus interesses, ao que os
diretores da Delta no Rio tiveram de tomar as rédeas. “Como ele
(Cláudio) tá no ‘pé da goiaba’ e a chefia do Rio é que ficou na
negociação de campanha, as autoridades do Rio que mexeram, vieram e
cobraram a fatura”, relatou num telefonema o araponga Idalberto Matias, o
Dadá, aliado de Cachoeira, ao ex-assessor especial da Casa Militar do
GDF Marcelo Lopes, o Marcelão, que aguardava para conversar com o chefe
de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro.
A conversa
foi interceptada pela PF em 31 de março de 2011, dia em que Monteiro foi
nomeado para o cargo. “O Cláudio não participou da negociação da
campanha. Quem participou da campanha foi os ‘picas’ (sic) do Rio e os
‘picas’ do Rio estão dizendo que o Cláudio não tá dando conta de
resolver o problema”, acrescenta Dadá ao interlocutor. Dadá diz a Lopes
que Monteiro precisa entender que Abreu, da Delta, tem chefe. “Em cima
dele, tem uma porrada de gente.”
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