sexta-feira, 20 de abril de 2012

Em 07 de maio de 2010 - Antes do desastre da inauguração do petroleiro "João Cândido" Assim a mídia comprada informava.

João Cândido, petróleo, racismo e emprego
A Transpetro lançou ao mar o navio petroleiro João Cândido. Batizado com o nome de um dos nossos heróis, marinheiro negro, filho de escravos e líder da Revolta da Chibata, o navio tem 247 metros de comprimento, casco duplo que previne acidente e vários significados históricos. Primeiro, leva a industrialização para Pernambuco, contribuindo para reduzir as desigualdades regionais. Em segundo lugar, dá um cala-boca para quem insinuou de forma maldosa que o PAC era apenas virtual. Em terceiro, prova que está em curso a remontagem da indústria naval brasileira criminosamente destruída na era da privataria. O artigo é de Beto Almeida.

Beto Almeida (*)

Nesta sexta-feira a Transpetro lançou ao mar o navio petroleiro João Cândido. Batizado com o nome de um dos nossos heróis, marinheiro negro, filho de escravos e líder da Revolta da Chibata, o navio tem 247 metros de comprimento, casco duplo que previne acidente e vários significados históricos. Primeiro, leva a industrialização para Pernambuco, contribuindo para reduzir as desigualdades regionais. Em segundo lugar, dá um cala-boca para quem insinuou de forma maldosa que o PAC era apenas virtual. Em terceiro, prova que está em curso a remontagem da indústria naval brasileira criminosamente destruída na era da privataria. Como um simbolismo adicional, um total de 120 operários dekasseguis foram trazidos do Japão, com suas famílias, para juntarem-se aos operários nordestinos que construíram o navio. Os primeiros não precisam mais morar longe da pátria; os outros, saem do canavial para a indústria e não precisam mais pegar o pau-de-arara, nem entoar com amargura a Triste Partida, de Patativa do Assaré, como um certo pernambucano teve que fazer na década de 50. Até que virou presidente.

Mulheres trabalhando como chefes de equipe de soldagem no Estaleiro Atlântico Sul, no município de Ipojuca, em Pernambuco, pronunciavam frases orgulhosas lembrando que não sabiam nem que esta também poderia ser uma tarefa feminina. O ex-pescador de caranguejo contava em depoimento agreste que antes do estaleiro não sabia direito como ganhar o sustento da família a cada dia que acordava. O ex-canavieiro, agora operário, destaca que não depende mais temporalidade insegura da colheita da cana e quando acorda já tem para onde ir, quando antes vivia a insegurança. Estes alguns dos vários depoimentos colhidos na inauguração do navio petroleiro João Cândido ao ser lançado ao mar pernambucano. Deixa em terra um rastro de transformação.

Inicialmente, na vida destas pessoas antes lançadas ao deus-dará de uma economia nordestina reprimida, desindustrializada. A transformação atinge os municípios mais próximos, pois no local onde foi construído o estaleiro, uma antiga moradora, Mônica Roberta de França, negra de 24 anos, que foi escolhida para ser a madrinha do navio, dizia que ali era um imenso areal, não tinha nada. Agora tem uma indústria e uma escola técnica para os jovens da região. E que só agora ela tem seu primeiro emprego na vida com carteira assinada.

Desculpas à Nação
Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o lançamento do João Cândido ao mar tem o mesmo alcance histórico do gesto de Getúlio Vargas quando deu forte impulso à nacionalização da indústria naval brasileira, na década de 30, por meio da empresa de navegação estatal. “Aqueles que destruíram a indústria naval tem que assumir sua responsabilidade e pedir desculpas à Nação”, disse Campos na solenidade que teve a participação de 5 mil pessoas aproximadamente, sobretudo dos operários.

O Navio João Cândido abre uma nova rota para a economia brasileira. Incialmente, porque a Petrobrás já não será obrigada a desembolsar cerca de 2,5 bilhões de reais por ano com o afretamento de navios estrangeiros. Há, portanto, um revigoramento do papel do estado na medida em que a reconstrução da indústria naval brasileira é resultado direto de encomendas da nossa empresa estatal petroleira. O que também permite avaliar a gravidade e o caráter antinacional das decisões que levaram um país com a enorme costa que possui, tendo montado uma economia naval de peso internacional respeitável, retroceder em um setor tão estratégico.

E isso quando nossa economia petroleira, há anos, já dava sinais de expansão, mesmo quando estavam no poder os que promoveram o espantoso sucateamento, a desnacionalização e a abertura da navegação em favor dos países que querem impedir nosso desenvolvimento. Este tema, certamente, não poderá faltar nos debates da campanha presidencial deste ano.

Almirante negro
A escolha do nome João Cândido também foi destacada na solenidade por meio do novo ministro da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, Eloy Moreira. Vale registrar que há pouco mais de um ano Lula participou de homenagem ao Almirante Negro inaugurando sua estátua na Praça XV, no Rio, que estava há anos guardada, supostamente porque não teria havido grande empenho da Marinha na realização desta solenidade. Pois bem, agora João Cândido não está apenas nas “pedras pisadas do cais”, com diz a maravilhosa canção de Bosco e Blanc. Está na estátua e está cruzando mares levando para o mundo afora o nome de um de nossos heróis.

Navegar é possível
O novo petroleiro estatal, portanto, é uma prova real de que sim “navegar é possível”, como dizia uma faixa no ato. Navegar na rota inversa daquela que promoveu o desmantelamento da nossa indústria naval. Navegar na rota da revitalização e qualificação do papel protagonista do estado. Recuperar um curso que havia sido fundado lá durante a Era Vargas onde se combinava industrialização e nacionalização com geração de empregos e direitos trabalhistas. Se no período neoliberal foi proclamada a idéia de destruir a “Era Vargas”, agora, está não apenas proclamada, mas já colocada em marcha, a necessidade de reconstruir a partir dos escombros da ruína das privatizações - entulho neoliberal - tendo no dorso no navio-gigante o nome heróico do líder da Revolta da Chibata. Sem revanchismo, o episódio permite lembrar outra canção: “É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”

Depois do trem-bala invisível, o governo inventa o navio que não navega



JÚLIA RODRIGUES

Em 7 de maio de 2010, ao lado da sucessora que escolhera e do governador pernambucano Eduardo Campos, o presidente Lula estrelou no Porto de Suape um comício convocado para festejar muito mais que o lançamento de um navio: primeiro a ser construído no país em 14 anos, o petroleiro João Cândido fora promovido a símbolo da ressurreição da indústria naval brasileira. Produzida pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), incorporada ao Programa de Modernização e Expansão de Frota da Transperto (Promef) e incluída no ranking das proezas históricas do PAC, a embarcação com 274 metros de comprimento e capacidade para carregar até um milhão de barris de petróleo havia consumido a bolada de R$ 336 milhões – o dobro do valor orçado no mercado internacional.

Destacavam-se na plateia operários enfeitados com adesivos que registravam sua participação no parto de mais uma façanha do Brasil Maravilha. Seria uma festa perfeita se o colosso batizado em homenagem ao marinheiro que liderou em 1910 a Revolta da Chibata não tivesse colidido com a pressa dos políticos e a incompetência dos técnicos. Assim que o comício terminou, o petroleiro foi recolhido ao estaleiro antes que afundasse ─ e nunca mais tentou flutuar na superfície do Atlântico.

O vistoso casco do João Cândido camuflava soldas defeituosas e tubulações que não se encaixavam, além de um rombo cujas dimensões prenunciavam o desastre iminente. Se permanecesse mais meia hora no mar, Lula seria transformado no primeiro presidente a inaugurar um naufrágio. Estacionado no litoral pernambucano desde o dia do nascimento, nem por isso o navio deixou de percorrer o país inteiro. Durante a campanha presidencial, transportado pela imaginação da candidata Dilma Rousseff, fez escala em todos os palanques e foi apresentado ao eleitorado como mais uma realização da supergerente que Lula inventou.

A assessoria de imprensa da Transpetro se limita a informar que não sabe quando o João Cândido vai navegar de verdade. O Estaleiro Atlântico Sul, criado com dinheiro dos pagadores de impostos, não tem nada a dizer. Nem sobre o petroleiro avariado nem sobre os outros 21 encomendados pelo governo. No fim de 2011, o EAS adiou pela terceira vez a entrega do navio. A Petrobras, que controla a Transpetro, alegou que os defeitos de fabricação só podem ser consertados no exterior.

Quando o presidente era Nilo Peçanha, João Cândido comandou uma rebelião que exigia a abolição dos castigos físicos impostos aos marinheiros. Passados 102 anos, Dilma e Lula resolveram castigá-lo moralmente com a associação de seu nome a outro espanto da Era da Mediocridade: depois do trem-bala invisível, o governo inventou o navio que não navega.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Celso Arnaldo captura a presidenta que resolveu inventar a torneira-mecânica

Celso Arnaldo captura a presidenta que resolveu inventar a torneira-mecânica

Parece piada, mas juro é verdade. Neste governo, aliás, o que não tem faltado é verdade que parece piada. Espantado com a informação enviada pelo comentarista Marlon, fui conferir no Diário Oficial da União. E lá estava a Lei n° 12.605, de 3 de abril de 2012, que “Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas. O texto diz o seguinte:

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1°. As instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido.

Art. 2°. As pessoas já diplomadas poderão requerer das instituições referidas no art. 1o a reemissão gratuita dos diplomas, com a devida correção, segundo regulamento do respectivo sistema de ensino.

Art. 3°. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de abril de 2012; 191o da Independência e 124o da República.

DILMA ROUSSEFF

Aloizio Mercadante

Eleonora Menicucci de Oliveira

Ainda convalescendo do assombro, fui de novo socorrido pelo jornalista Celso Arnaldo Araújo. Igualmente alertado pelo Marlon, o grande caçador de cretinices foi à procura do monumento à idiotice. E escreveu outro texto definitivo. (AN)

CELSO ARNALDO ARAÚJO
“It´s good to be the king”, exulta o rei Luis 16, interpretado por Mel Brooks, olhando sarcasticamente para a câmera, no impagável “História do Mundo Parte 1″, sempre que, no exercício de seu imenso poder nas situações cotidianas da corte, experimenta uma espécie de orgasmo absoluto diante da constatação de que pode tudo, literalmente tudo.

Canastrona irrecuperável, frequentemente imagino a presidente Dilma Rousseff parafraseando para si mesma, na ausência de plateia, o bordão de Brooks:

─ É bom ser a presidenta!

Deve ser mesmo uma concupiscência permanente, incomparável aos pequenos prazeres do fictício Luis 16, exercer um poder como o que Dilma julga ter, na sucessão de Lula 13. E julga ter porque efetivamente tem. Ela pode, por exemplo, dizer disparates que não seriam sequer aproveitados por Mel Brooks numa sátira rasgada sobre uma presidente mulher – e, no dia seguinte, repercutir na grande mídia como grande estadista. E pode ignorar solenemente um escândalo que provavelmente derrubaria até mesmo Luis 16, como o das lanchas imprestáveis do Ministério da Pesca – o qual, por si só, já é uma piada típica das chanchadas da Atlântida nos anos 50.

Mas a lei 12.605, que acaba de ser sancionada pela Presidência da República, eleva – ou reduz ─ o poder de Dilma Rousseff ao patamar risível de um outro personagem de comédia: o ditador recém-eleito da republiqueta sul-americana de “Bananas”, de Woody Allen. Que, no discurso de posse, institui o sueco como língua oficial do país e anuncia uma lei obrigando todo cidadão a trocar a roupa de baixo a cada meia hora – roupa essa usada do lado de fora, para permitir a fiscalização.

Perto disso, a lei 12.605 pode parecer inocente ─ mas é uma piada ainda melhor. Ela simplesmente determina “o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas”.

Flexão de gênero, para quem não sabe, pode ser traduzido em língua de gente como “homem ou mulher”, “menino ou menina”. Aliás, sou do tempo em que, nas fichas cadastrais, essa dupla possibilidade era resumida a uma só palavra e um ponto de interrogação: sexo? Aliás, esse tempo ainda é hoje para quem fala português e não estudou na escola de Iriny Lopes e Eleonora Menicucci: o que vemos num ultrassom gestacional é o sexo do bebê. O gênero não interessa aos futuros pais.

Volte um parágrafo e leia de novo: “Determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas”. O que isso quer dizer? Que, de agora em diante, por sanção da “presidenta” da República, “as instituições de ensino públicas e privadas expedirão diplomas e certificados com a flexão de gênero correspondente ao sexo da pessoa diplomada, ao designar a profissão e o grau obtido”.

Ou seja: Maria da Graça, torneiro-mecânico do “gênero” feminino formada pelo Senai, terá em sua parede um diploma de “torneira-mecânica”. E assim por diante. Pena que minhas colegas jornalistas não possam usufruir da boa nova. Quem mandou ter uma profissão com nome “comum de dois”? Mais: se a Maria foi graduada antes da lei, o Senai terá de providenciar um novo diploma como “torneira-mecânica”, sem custos.

A bem da verdade, a lei 12.605 – de novo, guardem bem esse número – foi aprovada antes pelo Congresso Nacional. Mas aposto que, na visão de Dilma, é uma das maiores realizações de seu governo até aqui. Pois quem exige ser chamada de presidenta, cita criancinhas em discursos como “brasileirinhos e brasileirinhas” e já se dirigiu ao público de um congresso da juventude petista como “jovens homens e jovens mulheres” (meninos, e meninas, eu ouvi!), está mesmo fazendo gênero.

Poder absoluto? Não. É falta absoluta do que fazer
13/04/2012

Dilma acaba de descobrir que ‘a casa própia’, entre outros espantos, ‘mostra a nossa capacidade de viver e de morrer’

Enquanto os flagelados da Região Serrana do Rio tentam descobrir que fim levaram as 6 mil casas prometidas em janeiro de 2011, Dilma Rousseff inaugura um conjunto habitacional por discurso.  Nesta quinta-feira, achou que também deveria explicar à plateia o que é uma casa. Conseguiu superar-se ─ e inspirou mais um texto inesquecível de Celso Arnaldo. (AN)

CELSO ARNALDO ARAÚJO
A Casa do Espanto de Dilma não é um lugar para as pessoas morarem, como qualquer casa. Ela reúne relações, é um centro comunitário de acolhimento universal e mostra nossa incrível capacidade de morrer. E ainda perguntam por que o Minha Casa, Minha Vida não sai do chão

Primeiro, era um milhão. Depois dois, que logo viraram três. E, há algumas semanas, Dilma acordou com vontade de fazer mais 400 mil – que se somarão, como um bônus mágico, aos três milhões, dentro de seus primeiros quatro anos de governo. No segundo mandato, até as casas dos botões de seus terninhos serão adicionadas à meta do MC, MV.

Mas um volume desses de casa própria não é promessa que se possa ir disfarçando com uma inauguraçãozinha aqui, uma cerimoniazinha ali – como a das seis mil creches que abrigarão até os netos de Eike Batista ou das 101 mil bolsas de estudos internacionais concedidas a jovens gênios do Brasil Maravilha. Casa existe ou não. Ou tem quatro paredes e um teto, foi escriturada e tem fechadura na porta ou não é casa. E, realisticamente, sem juízo de valor ou denúncia vazia, qualquer especialista brasileiro em sistema habitacional sabe que a meta das 3.400.000 casas até o fim do primeiro mandato de Dilma é pura fantasia – talvez 20% disso, se tanto, recebam moradores até o fim de 2014.

Mas o Minha Casa, Minha Vida, agora com o número 2 acoplado ao nome pomposo, talvez para transmitir a ideia de que a etapa 1 (2 milhões de unidades) já foi concluída, é indiscutivelmente a menina dos olhos de Dilma. Talvez seja por isso que, não havendo casas com tijolos, janelas, vasos sanitários, pias, torneiras e lâmpadas em número suficiente para legitimar o programa e suas metas, há mais de dois anos Dilma dedica um esforço comovente a tentar explicar a “filosofia” por trás da casa própria. A casa própria como entidade. Não três milhões de casa, mas uma única casa – mítica, mágica, sobre-humana.

Para as pessoas que nela morarão, ou morariam, não há nenhum mistério: morar em casa é melhor do que morar na rua; morar em casa própria é melhor do que pagar aluguel ou morar de favor; enfim, ter uma casa é melhor do que não ter. Não é preciso ir além disso para convencer as pessoas de que é bom ter casa própria. Aliás, nessa questão, não é preciso convencer as pessoas de coisa alguma – basta facilitar-lhes o acesso à casa.

CONCEITOS PRIMITIVOS
É Dilma quem não está convencida disso. Desde a campanha, ela se desdobra para tentar explicar a importância existencial da casa própria que ainda não existe para os candidatos ao programa. Porém, incapaz de explicar a uma criança de cinco anos o significado do Natal, a cada tentativa a casa própria de Dilma fica mais vazia. Como construção formal de ideias, um casebre inabitável. Como ideia em si, um conjunto de impropriedades – perdoem o trocadilho voluntário — que geram dúvidas cada vez mais dramáticas sobre a real formação educacional da presidente e sua capacidade de governar.

E o já célebre discurso da casa própria, que até seus auxiliares devem temer, piora a cada dia – imagino que, até a entrega da casa de número 3.400.000, será preciso tirar as crianças da sala e deixá-las na rua.

Mas o de hoje é insuperável — pelo menos até o próximo. Não foi num canteiro de obras, para futuros moradores – o que, em tese, poderia justificar a fala paupérrima. Mas num auditório em Brasília, presentes inúmeras autoridades: mais um anúncio de expansão do programa. O almoxarifado do Palácio não está dando conta dos pedidos de papel-ofício.

Como suposto e calejado especialista em dilmês, confesso que poucas coisas ainda me surpreendem na fala de Dilma e em seu repertório de meia dúzia de conceitos primitivos sobre as coisas. Mas desta vez a casa caiu. Ouçam, por favor, o pensamento inicial, que vai de 0:10 a 0:56 – esqueça o resto. Não há palavras para descrevê-lo – da mesma forma que Dilma não as teve para fazê-lo:

“Eu acredito que a questão da casa própia (sic) é uma questão muito importante na vida das pessoas. Ela reúne a relação que nós temos com os nossos filhos, com a nossa família e com os nossos amigos. Então ela é um espaço onde a gente constrói o lar e a proteção. E ao mesmo tempo ela mostra a nossa capacidade de viver e de morrer. Mostra aonde (sic) as famílias acolhem as crianças, os adultos e os idosos”.

É o caso de perguntar: seria exagero incluir esse parágrafo naquelas antologias de pérolas do ENEM ou do vestibular que circulam na internet? Seria exagero concluir que a presidente Dilma não tem a mais remota noção do que está falando?

A casa própia (não) de Dilma reúne, para usar sua própria (sim) linguagem, arrepios que não foram sentidos nem em Elm Street. O ponto mais assustador dessa falação sem nexo é nos mostrar que, dentro da casa, somos mortais. Quererá isso dizer, por linhas tortíssimas, que muitos inscritos no Minha Casa, Minha Vida morrerão antes de poder viver nela?

Por: Celso Arnaldo Araújo

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Vergonha na cara à moda petista - “Aloprado” de Mercadante volta à cena para disputar cargo de vereador


Por Sérgio Roxo, no Estadão:
Quase seis anos depois de se transformar num dos protagonistas do caso dos aloprados, o petista Hamilton Lacerda vai tentar retornar à carreira política interrompida por causa do escândalo, e será candidato a vereador nas eleições de outubro em São Caetano do Sul, na região do ABC paulista.
Em 2006, quando era coordenador da campanha de Aloizio Mercadante ao governo de São Paulo, Lacerda foi filmado com uma mala em um hotel de São Paulo onde Gedimar Passos e Valdebran Padilha foram presos com R$ 1,7 milhão. O dinheiro seria usado para comprar um dossiê que vinculava o tucano José Serra, que também disputava a eleição estadual, à máfia das ambulâncias superfaturadas.
De acordo com a investigação da Polícia Federal, foi Lacerda quem levou a quantia ao hotel. Na época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disputava a reeleição, classificou os petistas envolvidos no caso de “aloprados”. Gedimar Passos integrava a campanha presidencial do PT.
Depois que o escândalo veio à tona, Lacerda deixou o PT. A sua volta à legenda só foi aprovada em 2010. No período de afastamento, atuou como empresário e administrou uma fazenda de plantação de eucalipto no Sul da Bahia, além de dar aulas em faculdades.
Antes do escândalo, Lacerda era uma das principais lideranças do PT no município do ABC paulista. Havia sido vereador por três mandatos e também chegou a disputar a prefeitura de São Caetano do Sul em 2004, quando ficou em segundo lugar e somou 32,2% dos votos válidos.
PT aponta Lacerda como um forte candidato
Agora, é apontado pelo presidente do PT em São Caetano do Sul, Edgar Nóbrega, como um dos “candidatos de peso” a vereador para a eleição deste ano. Lacerda já está em ritmo de campanha e tem tido participação intensa nas atividades do partido, com visitas semanais aos bairros da cidade.
Na última segunda-feira, Lacerda esteve na homenagem que a Câmara Municipal de São Caetano do Sul fez ao prefeito da vizinha São Bernardo, o ex-ministro Luiz Marinho, um dos principais amigos de Lula. A mulher de Lacerda, Maria Izabel Fonseca, foi, até fevereiro deste ano, secretária-adjunta de Administração de São Bernardo.
O presidente do PT de São Caetano afirmou que a reintegração de Lacerda aos quadros do partido se deu pela direção anterior “na medida em que as investigações” por envolvimento no escândalo dos aloprados “não evoluíram”. Em seguida, segundo Nóbrega, ele reivindicou a candidatura a vereador e o “partido não tinha motivos a se opor”.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

LULA o Apedeuta botou fogo para ter CPI antes de saber a exata extensão do “cachoeirismo”; agora petistas falam em melar comissão, mas não sabem como.


Tio Rei avisou aqui, não foi? O nome do problema é “Delta”, a principal construtora do PAC e empresa que teve formidável crescimento depois que recebeu a preciosa consultoria deste grande homem de negócios chamado José Dirceu. Pois é…
“Estamos numa enrascada que não tem fim”. Essa é frase de um dirigente petista, registrada em reportagem do Estadão desta quinta, de Christiane Samarco e Eugênia Rocha. Os petistas, informa o texto, tentam  melar a CPI, mas não veem mais caminho pra isso. Agora quem não quer saber de recuo são os partidos aliados e as oposições. “Só se a presidente Dilma pedir publicamente”, diz um representante da base. Pois é…
O Planalto, por sua vez, acha que o comprometimento de parlamentares com o esquema de Cachoeira tem de ser investigado, mas sem mexer com as empresas. Ah, entendi! Como de hábito, é para pegar corruptos meio pés de chinelo, mas nada de corruptores. É! Muito sofisticado moralmente!
O que deixou o Planalto assustado foi a rede de influências da Delta. De saída, já deu para perceber que na lama em que Lula sonhava ver Marconi Perillo, seu desafeto, e Demóstenes Torres, também pode se afundar Agnelo Queiroz — isso só para começo de conversa. Ainda que PT e PMDB dominem a comissão, sabem como é… Não há meios de patriotas como Cachoeira e o tal Dadá se saírem bem. Essa gente pode ser um canhão solto no convés.
Entre os petistas de mais alto escalão, não há quem não lamente dia sim e dia também a entrada de Agnelo no partido — mais uma obra pessoal de Lula. Não é que a moralidade da legenda seja incompatível com a do governador. É que ele é considerado um trapalhão, e seu, como vou chamar?, “esquema”, meio primitivo. No ano passado, a sua renúncia chegou a ser debatida nas altas esferas partidárias. Ainda quem defenda que ela seja imposta ao governador.
Informa o Estadão que o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), avalia que a única forma de minimizar o estrago é tentar limitar a CPI a Demóstenes Torres e à arapongagem. Pois é… Aí será preciso combinar com os russos.
De governadores aliados do Nordeste chegam ecos para que a CPI deixe a Delta fora do imbróglio. Na sua vingança cega, Lula não avaliou direito os riscos. Apostou na CPI para esmagar a oposição e para destruir Perillo.
Pode ter detonado uma bomba no governo do DF.
Por Reinaldo Azevedo

Grampo mostra ação da Delta, maior construtora do PAC, em governo petista para cobrar “faturas eleitorais”


Por Alana Rizzo e Fábio Fabrini,  no Estadão:
Maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Delta Construções S.A. teria negociado facilidades em contratos diretamente com a cúpula do Governo do Distrito Federal (GDF), em troca de favores de campanha eleitoral, como indicam grampos da Polícia Federal. Em conversas gravadas na Operação Monte Carlo, aliados do contraventor Carlinhos Cachoeira - acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País - revelam que a diretoria da empresa no Rio “cobrava a fatura” de doações eleitorais ao pressionar o Palácio do Buriti por nomeações e a liberação de verbas.
Em 2010, a Delta consta como doadora de R$ 2,3 milhões apenas a comitês partidários no País. Do total, R$ 1,1 milhão foi destinado ao Comitê Nacional do PT e o restante ao PMDB. Não consta na prestação de contas do governador do Distrito Federal eleito, Agnelo Queiroz (PT), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) doação da construtura. Com Agnelo eleito, segundo a PF, a Delta tentava emplacar aliados em cargos-chave de administrações regionais e do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) de Brasília, o que facilitaria seus negócios. Além disso, tentava receber débitos do GDF por serviços supostamente prestados.
Segundo revelam os grampos, o então diretor da empresa no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, enfrentava dificuldades para atingir seus interesses, ao que os diretores da Delta no Rio tiveram de tomar as rédeas. “Como ele (Cláudio) tá no ‘pé da goiaba’ e a chefia do Rio é que ficou na negociação de campanha, as autoridades do Rio que mexeram, vieram e cobraram a fatura”, relatou num telefonema o araponga Idalberto Matias, o Dadá, aliado de Cachoeira, ao ex-assessor especial da Casa Militar do GDF Marcelo Lopes, o Marcelão, que aguardava para conversar com o chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro.
A conversa foi interceptada pela PF em 31 de março de 2011, dia em que Monteiro foi nomeado para o cargo. “O Cláudio não participou da negociação da campanha. Quem participou da campanha foi os ‘picas’ (sic) do Rio e os ‘picas’ do Rio estão dizendo que o Cláudio não tá dando conta de resolver o problema”, acrescenta Dadá ao interlocutor. Dadá diz a Lopes que Monteiro precisa entender que Abreu, da Delta, tem chefe. “Em cima dele, tem uma porrada de gente.”
(…)
Por Reinaldo Azevedo

OLHA AÍ O PT QURENDO DISTORCER OS FATOS MAIS UMA VEZ. ESSA TURMA NÃO SE CANSA.

Desculpo-me! Rui Falcão não tem nada a ver com Carequinha e Arrelia. Eu deveria ter evocado Goebbels. Ou: Para os petralhas, somos os “judeus insolentes”

Leitores têm razão, e me cabe aqui corrigir uma injustiça. Ontem, no post que informava que Rui Falcão, presidente do PT, gravou um vídeo em que afirma que a CPI do Cachoeira tem de apurar os “escândalos dos autores da farsa do mensalão”, cometi uma terrível injustiça. Escrevi: “Só falta agora chamar Arrelia e Carequinha”. Esses dois palhaços que levaram a sério a sua arte, que encantaram gerações, não mereceriam ser associados ao amadorismo de Falcão. Desculpo-me com os admiradores desses dois artistas e com suas respectivas famílias. Prometo nunca mais associar petistas a essa categoria profissional e a essa arte, exercidas sempre com abnegação e honestidade. Foi um momento impensado.
Falcão merecia, não pela magnitude da fraude moral e ética — que aquela foi incomparavelmente maior —, mas pela essência, ter sido comparado a Goebbels, o chefe da máquina de propaganda nazista. Aquele, sim, era especialista em violentar a história, em enganar a opinião pública, em espalhar mentiras. E o fazia, seus discursos o demonstram, com plena convicção. É muito raro haver um homem que tenha plena consciência do seu tempo e que assuma de maneira inequívoca o compromisso com a trapaça. Goebbels era assim.
Há muitos anos, uma expressão é frequente nas reuniões de petistas: “pautar a sociedade”. Isso quer dizer, não raro, lançar um falsa questão para que seus militantes a espalhem por aí, com a ajuda da imprensa — tarefa hoje facilitada pela Internet, onde atuam seus agentes pagos com dinheiro público (propaganda oficial e de estatais). Vejam o vídeo. Volto em seguida.
A fala abre com uma mentira escandalosa: segundo ele, setores políticos e os meios de comunicação estariam empenhados numa “operação-abafa” para impedir a investigação. Como sabe qualquer leitor, o que vemos é justamente o contrário. A imprensa tem veiculado tudo o que está sendo vazado pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público e tenta, diga-se, ela própria, fazer suas apurações. Não há, pois, “operação-abafa” nenhuma!
Ocorre que o petismo precisam fazer com que os seus militantes e uma parte ao menos da opinião pública vejam a imprensa com suspeição, de modo a que o partido e seus asseclas sejam a única referência de verdade.
Os petistas, como Gobbels, não gostam da imprensa independente. Em 10 de fevereiro de 1933, no primeiro grande comício nazista depois que Hitler havia sido nomeado chanceler (30 de janeiro daquele ano), afirmava Goebbels:
“Eu só queria acertar as contas com os [nossos] inimigos na imprensa e com os partidos inimigos e dizer-lhes pessoalmente o que quero dizer em todas as rádios alemãs para milhões de pessoas.”
Assim faz Falcão: acusa a imprensa, que está fazendo o seu trabalho, e, como vocês podem notar, cita o nome do governador de Goiás (PSDB), Marconi Perillo, como parte do esquema Cachoeira. Por óbvio, ele ignora que, por enquanto ao menos, há mais evidências de comprometimento é do petista Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, com a máfia do bicheiro.
Falcão, como Goebbels, tem um chefe. A decisão de sair acusando a imprensa — ??? — e de tratar Cachoeira como um problema exclusivo da oposição foi tomada por Luiz Inácio Lula da Silva. Não por acaso, anteontem, quem saiu atirando contra Perillo foi, imaginem vocês!, Paulo Okamoto, que é do Instituto Lula. É evidente que existem indícios de comprometimento do governo de Goiás com a máfia de Cachoeira. Mas o que dizer sobre o governo do Distrito Federal? Ora, ontem, ninguém menos do que José Dirceu, o chefe de quadrilha (segundo a PGR), atestou a inocência de Queiroz — tudo não passaria de uma tramoia da… “mídia”. Goebbels diria: “a mídia dos judeus”.
É com esse espírito limpo que os petistas pretendem fazer uma CPI. Se instalada, eles terão maioria. Podem,  se quiserem, chamar para depor apenas políticos da oposição. Lembro, por exemplo, que, até agora, vídeo propriamente em que se negocia dinheiro sujo só existe com o deputado petita Rubens Otoni (GO). O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), já disse que ele é apenas uma vítima.
Tática da gritaria
É a tática da gritaria, a tentativa de vencer no berro. Lembro, a propósito, que essa foi a postura do PT por ocasião da morte de Celso Daniel. Antes que a polícia paulista pudesse respirar e antes que a sociedade se desse conta das hipóteses, os petistas saíram gritando: “Estão tentando nos acusar pela morte; estão tentando nos acusar pela morte”. Nota: ninguém estava acusando o PT de coisa nenhuma! Era, na verdade, uma ação preventiva, uma vacina, uma maneira de se blindar de qualquer investigação. O Ministério Público já estava de olho num esquema de caixa dois que vigia na Prefeitura de Santo Adré para transferir ilegalmente recursos para o PT. Um dos irmãos de Celso afirma que Gilberto Carvalho lhe confessou que levara dinheiro vivo da Prefeitura para… José Dirceu! Os dois negam. O casal Bruno e Marilena Nakano, irmão e cunhada do prefeito assassinado, viveu um tempo exilado na França. No Brasil, estavam sendo ameaçados de morte porque não aceitavam a tese crime comum. Eram petistas de primeira hora — ela pertencera ao grupo de esquerda “Movimento de Emancipação do Proletariado”, mesma origem ideológica de Celso — e romperam com o partido. A família acumula indícios de que foi queima de arquivo.
A grande farsa
Agora atenção para este trecho da fala de Falcão:
“As bancadas do PT na Câmara e no Senado defendem uma CPI para apurar esse escândalo dos autores da farsa do mensalão. É preciso que a sociedade organizada, as centrais sindicais, os movimentos populares, os partidos políticos comprometidos com a luta contra a corrupção, como é o caso do PT, se mobilizem para impedir a operação-abafa e para desvendar todo o esquema montado por esses criminosos, falsos moralistas, que se diziam defensores da moral e dos bons costumes”
O Supremo Tribunal Federal fará em breve, se Ricardo Lewandowski assim o permitir, o maior julgamento de sua história: o dos 37 do mensalão! Seu protagonista foi o PT, o mesmo partido que comandou a tramoia dos aloprados em 2006. Também é a legenda de Ideli Salvatti das lanchas ou de Erenice Guerra. Isso para fazer um resumo rápido. Mas Rui Falcão inclui o seu partido entre aqueles que… combatem a corrupção! E convoca as bate-paus do partido para a guerra santa!
“Autores do mensalão”??? Quem? Carlinhos Cachoeira e Demóstenes Torres? Não, senhor! Esse crime, ao menos, eles não cometeram! A tese é escandalosamente falsa, destinada apenas a tentar livrar a cara dos criminosos mensaleiros.
- Os autores do mensalão são aqueles que pagavam o… mensalão!
- São aqueles que movimentavam o dinheiro sujo que passava pelas agências de Marcos Valério.
- São aqueles que iam sacar dinheiro na boca do caixa do BMG e do Banco Rural.
- São aqueles que passaram, o que Roberto Jefferson confessou, uma mala de dinheiro “não-contabilizado” para o PTB fazer campanha.
- São aqueles que compraram o então PL, de Valdemar Costa Neto.
- São aqueles que pagaram no exterior, pelo caixa dois, a bolada que Duda Mendonça cobrou pela campanha eleitoral de 2002.
- São aqueles que assinaram falsos documentos de empréstimos.
- São aqueles que fraudaram a contabilidade do partido.
Os autores do mensalão são aqueles que comandavam o partido quando tudo isso seu deu: José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares — além da outra penca. E, claro!, embora não tenha sido incluído na denúncia, o autor do mensalão é Luiz Inácio Lula da Silva, chefe inconteste de todos eles, desde sempre.
Como não ler aquele trecho do discurso do chefão do PT e associar a este trecho do discurso do chefão da propaganda nazista?
Há alguns anos, não falávamos da boca pra fora quando dizíamos que vocês, judeus, são nossos professores e que só queremos ser seus alunos e aprender com vocês. Além disso, é preciso esclarecer que aquilo que esses senhores conseguiram no terreno da política de propaganda durante os últimos 14 anos foi realmente uma porcaria. Apesar de eles controlarem os meios de comunicação, tudo o que conseguiram fazer foi encobrir os escândalos parlamentares, que eram inúteis para formar uma nova base política.
O Movimento Nacional-Socialista vai mostrar como eles realmente deveriam ter lidado com isso, ou seja, quando se faz um bom governo, uma boa propaganda é consequência. Uma coisa segue a outra. Um bom governo sem propaganda dificilmente se sai melhor do que uma boa propaganda sem um bom governo. Um tem que complementar o outro. Se hoje a imprensa judaica acredita que pode fazer ameaças veladas contra o movimento Nacional-Socialista e acredita que pode burlar nossos meios de defesa, então, não deve continuar mentindo. Um dia nossa paciência vai acabar e calaremos esses judeus insolentes, bocas mentirosas!
Encerro
É isso aí! Para o petismo, nós somos os “judeus insolentes” e as “bocas mentirosas”. Abaixo, segue o vídeo com Goebbels para quem tiver alguma curiosidade. Num
post do dia 20 de setembro de 2010, escrevi a respeito e traduzi o trecho do discurso que aparece nesse vídeo. Volto para encerrar.
Voltei
Júlio Cesar — o da peça de Shakespeare — dizia, referindo-se a Cássio, ter certo receio dessas pessoas de ar esfaimado, como Goebbels e Falcão. Achava que tinham certo pendor para a conspiração… Os magros (hoje eu também sou um magro!) não reclamem por favor. É só uma notinha de literatura para alegrar a vida. Para falar de Falcão, com sua vocação para carcará da democracia (que falcão é bicho europeu), preciso lembrar que a beleza ainda resiste…
Não! Desta vez, carcará não pega, não mata nem come! Vai ter que recolher seu “bico vorteado que nem gavião”.
Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 11 de abril de 2012

2.400.000 CASAS ATÉ 2014. PURA FICÇÃO ELEITOREIRA DO GOVERNO DO PT EM ANO DE ELEIÇÃO. ACORDA BRASIL!!!

Publicado no Portal Terra

"A segunda etapa do programa MINHA CASA MINHA VIDA do governo federal prevê a contratação de 2 milhões de moradias até 2014, sendo 60% para famílias com renda mensal de até três salários mínimos. No início de janeiro, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo decidirá até junho se ampliará a meta de moradias contratadas para 2,4 milhões de unidades."

Não consigo imaginar o governo construindo 2.400 casas por dia. Pois , esta é conta que temos que fazer, se  realmente  2.400.000 de casa seram entregues até o ano de 2014. 

A imprensa publica esta nota do governo e simplesmente se cala, não faz as contas, NÃO OPINA.

Por que será?

Por: Sérgio Carvalho

segunda-feira, 9 de abril de 2012

QUE PAÍS É ESTE?

Retomando o caso Gaspari
O colunista da Folha e do Globo resolveu construir, então, uma distopia, e o país que estaria sendo governado por aquele hipotético Demóstenes estaria caminhando, entende-se, para o autoritarismo. Pois é… Ocorre, meus queridos, que Aiatoelio não precisa fantasiar para colher sinais de que há algo errado com a democracia que está aí. Ele não precisa lucubrar sobre o que não virá quando o que já veio lhe fornece elementos de sobra para questionar a qualidade das nossas instituições e da nossa cultura democrática. Vamos ver?

Pensem que futuro teria um país que, para realizar um torneio internacional de futebol, criasse uma legislação especial, paralela, para contratar obras que torram alguns bilhões de dinheiro público. Pensem com seria vexatório que esse país tivesse de criar leis ad hoc até para regular o álcool nos estádios. Pois esse país existe; é de verdade. E não é uma criação “da direita” — não, ao menos, do que Gaspari chama “direita”.

Pensem que futuro teria um país em que o presidente da República arbitrasse pessoalmente, contra a lei, a venda de uma operadora de telefonia à outra, mandando liberar recursos de um banco público de fomento. Efetivado o negócio, esse presidente, então, determinaria a adaptação da lei à transação feita. A empresa compradora seria a mesma que teria feito do filho desse presidente, um ex-monitor de jardim zoológico, um próspero empresário. Pois esse país existe; é de verdade.
E não é uma criação “da direita” — não, ao menos, do que Gaspari chama “direita”.

Pensem que futuro teria um país em que criminosos confessassem que a campanha eleitoral do presidente da República foi financiada com dinheiro ilegal e paga, em dólares, no exterior, numa conta secreta. Descobrir-se-ia, depois, que essa operação seria parte da mais formidável tramoia política do período republicano. Nesse país, o chefe da quadrilha continuaria muito influente, mandando e desmandando na República, e alguns dos vigaristas que se envolveram na sujeira estariam eleitos. Um deles conseguiria até presidir o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Pois esse país existe; é de verdade. E não é uma criação “da direita” — não, ao menos, do que Gaspari chama “direita”.

Pensem que futuro teria um país em que a “presidenta” da República se vê obrigada a demitir seis ministros sob suspeita de corrupção em cinco meses — nomes que ela própria teria escolhido. Agora pensem num pais em que a evidência, pois, de desmandos se tornasse um ativo da governanta, uma prova de que ela realmente não condescende com o “malfeito” — um eufemismo arranjado por vigaristas para nomear a corrupção. Pois esse país existe; é de verdade. E não é uma criação “da direita” — não, ao menos, do que Gaspari chama “direita”.

Pensem, numa outra esfera, esta mais simbólica, que futuro teria um país em que a mãe de um presidente da República se tornasse nome de um parque público apenas porque… mãe do presidente. Esta teria sido a sua grande glória e seu grande feito para a humanidade: dar à luz o líder. Nesse país, como ridicularia pouca seria bobagem, também a sogra do Grande Líder seria nome de prédio público, batizando uma escola. Pois esse país existe; é de verdade. E não é uma criação “da direita” — não, ao menos, do que Gaspari chama “direita”.

Caminhando para o encerramento
Vocês sabem que daria para passar a noite escrevendo a respeito desse país. Fosse Elio Gaspari só um bobalhão, um sem-leitura, uma dessas tristes figuras que hoje escrevem sobre política sem jamais ter lido nem sequer uma obra de referência, vá lá… Puxam o saco por necessidade, ainda que não fosse por gosto. Mas ele não é! Sabe muito bem o que está escrevendo. Não acuso a sua ignorância, mas o seu cinismo; não aponto o seu desconhecimento da realidade, mas justamente o contrário!

Não! O Brasil não tem conservadores demais, não! Tem é conservadores de menos. Precisamos é de mais gente para vigiar o poder, não de menos. Não havia nada de errado com os valores que Demóstenes Torres traiu ao operar junto com Carlinhos Cachoeira — e não só o senador, é bom que fique claro. O bicheiro, definitivamente, é tão ecumênico quanto a corrupção.

Eis aí. Tanto essa como a outra são refutações educadas a uma baixaria — a dele, sim! — de Elio Gaspari. Tentou fazer de milhões de pessoas que acreditam nos fundamentos de que ele faz blague copartícipes de lambanças. E elas não são, não! Já disse e repito: os eleitores de Demóstenes vão abandona-lo porque acreditam nos valores que ele vocalizava. E os eleitores de José Dirceu estão doidos para votar nele porque também acreditam nos valores que ele encarna. Entenderam a diferença?

Baixaria é tentar reduzir ao banditismo pensamentos, convicções e crenças de gente decente, que vive uma vida honesta, que não aceita o cabresto, enquanto se faz silêncio sobre a obra de notórios… bandidos! Baixaria é tentar cassar a voz e a vontade de quem diverge.
Aqui não vai.
Por Reinaldo Azevedo