sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Suspeita de mensalão nos contratos internacionais da Petrobrás preocupa tanto a Dilma quanto alta do dólar

A alta louca do dólar, que dá prejuízos na importação de combustíveis, mas gera lucros na hora de contabilizar a venda externa de gasolina, não é o maior problema da Petrobrás – com endividamento crescente. Embora tenha apoio internacional, a “presidenta” da companhia, Maria das Graças Foster, teme os efeitos políticos internos de ações e investigações promovidas pelo Ministério Público Federal em negócios internacionais suspeitos de desvio de recursos. 0 suposto Mensalão na Petrobrás assusta o governo Dilma Rousseff.

Investidores nacionais e externos da empresa já fazem lobby para exigir que problemas graves sejam apurados. O procurador Marinus Marsico apura fortes indícios de irregularidades em quatro empreendimentos da Petrobrás. O mais grave é a compra da refinaria Passadena, nos Estados Unidos, por US$ 1,18 bilhão. Existem investidores interessados em denunciar quem levou vantagem na operação.

Outro rolo é um contrato internacional de prestação de serviços de segurança e meio ambiente com a transnacional brasileira Odebrecht, cujo valor era de US$ 825 milhões e acabou caindo para US$ 481 milhões. A venda da refinaria San Lorenzo, na Argentina, também está na mira do MPF. E um contrato com a Vantage Drilling Company para aluguel do navio sonda Titanium Explorer.

A Presidenta Dilma Rousseff está tensa com a Petrobrás. Seu ministro da Fazenda e presidente do Conselho de Administração da Estatal, Guido Mantega, também. A tensão é maior ainda no grupo do ex-presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, unha e carne do Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva. No meio da tensão, o desejo de Graça Foster de se livrar do seu diretor Financeiro, Almir Barbassa, que é segurado no cargo pelos grandes bancos internacionais com quem negocia, diariamente, a dívida e o caixa da empresa.

O buraco na Petrobrás pode ter implicações mais profundas que o escândalo do cartel do metrô de São Paulo – habilmente “denunciado” pelos petistas para desgastar a gestão Geraldo Alckmin. Uma investigação séria na Petrobrás tem potencial para derrubar o governo Dilma. Até porque, antes de ser Presidenta, ela presidia o Conselho de Administração da empresa de economia mista, na gestão de Luiz Inácio.

A petralhada está com medinho que o barril de corrupção envolvendo os negócios com ouro negro, gás e contratos de terceirização estoure na véspera da eleição presidencial.

Por Jorge Serrão

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