A
alta louca do dólar, que dá prejuízos na importação de combustíveis, mas gera
lucros na hora de contabilizar a venda externa de gasolina, não é o maior
problema da Petrobrás – com endividamento crescente. Embora tenha apoio
internacional, a “presidenta” da companhia, Maria das Graças Foster, teme os
efeitos políticos internos de ações e investigações promovidas pelo Ministério
Público Federal em negócios internacionais suspeitos de desvio de recursos. 0
suposto Mensalão na Petrobrás assusta o governo Dilma Rousseff.
Investidores
nacionais e externos da empresa já fazem lobby para exigir que problemas graves
sejam apurados. O procurador Marinus Marsico apura fortes indícios de
irregularidades em quatro empreendimentos da Petrobrás. O mais grave é a compra
da refinaria Passadena, nos Estados Unidos, por US$ 1,18 bilhão. Existem
investidores interessados em denunciar quem levou vantagem na operação.
Outro
rolo é um contrato internacional de prestação de serviços de segurança e meio
ambiente com a transnacional brasileira Odebrecht, cujo valor era de US$ 825
milhões e acabou caindo para US$ 481 milhões. A venda da refinaria San Lorenzo,
na Argentina, também está na mira do MPF. E um contrato com a Vantage Drilling
Company para aluguel do navio sonda Titanium Explorer.
A
Presidenta Dilma Rousseff está tensa com a Petrobrás. Seu ministro da Fazenda e
presidente do Conselho de Administração da Estatal, Guido Mantega, também. A
tensão é maior ainda no grupo do ex-presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli,
unha e carne do Presidentro Luiz Inácio Lula da Silva. No meio da tensão, o
desejo de Graça Foster de se livrar do seu diretor Financeiro, Almir Barbassa,
que é segurado no cargo pelos grandes bancos internacionais com quem negocia,
diariamente, a dívida e o caixa da empresa.
O
buraco na Petrobrás pode ter implicações mais profundas que o escândalo do
cartel do metrô de São Paulo – habilmente “denunciado” pelos petistas para
desgastar a gestão Geraldo Alckmin. Uma investigação séria na Petrobrás tem
potencial para derrubar o governo Dilma. Até porque, antes de ser Presidenta,
ela presidia o Conselho de Administração da empresa de economia mista, na
gestão de Luiz Inácio.
A
petralhada está com medinho que o barril de corrupção envolvendo os negócios
com ouro negro, gás e contratos de terceirização estoure na véspera da eleição
presidencial.
Por Jorge Serrão
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