terça-feira, 9 de outubro de 2012

UM POUCO SOBRE AS COLIGAÇÕES DITAS PARTIDÁRIAS.




O eleitor – se não é um analfabeto político e vice-versa ou um apaniguado da situação – há de questionar o que vai por trás das coligações. Em tese, elas integram forças partidárias com vistas a um só objetivo: a vitória dos aliados.
Seriam legítimos os objetivos não fossem espúrios os meios e os fins. Há legendas e candidatos de aluguel que mais funcionam como rameiras a ceder o passe e otras cositas más  para quem der mais. Sob muitas coligações, o que há de fato é formação de quadrilha. Um coletivo de reputações e vocações, senão suspeitas, agremiadas por motivos réprobos. Atendem apenas a interesses mais imediatos de determinados candidatos.
Quanto mais coligações em torno de um partido e de um candidato, mais interesse em jogo. Na prática, após as eleições, significa que a incompetência será premiada. Afilhados políticos e candidatos a vereadores que não conseguem se eleger, mas fazem parte das coligações, os ditos ‘puxadores de voto’, já têm uma boquinha garantida com a eleição do prefeito que apoiam. Passam a ocupar cargos de confiança em detrimento de funcionários de carreira e em prejuízo do serviço público. Resultado: um cabidaço de empregos, que incha a administração, onera a folha de pagamento, cria barnabés, fertiliza o fisiologismo e a prevaricação, gera mais burocracia e o desperdício do dinheiro público.
Tanta mamata e maminha engrossam o caldo que fomenta a corrupção, cujos efeitos negativos se espraiam pela sociedade, especialmente nos municípios, onde as câmaras de vereadores constituem o poder mais corrupto.
Para se ter uma noção do engodo e da lambança, o professor Marcos Fernandes Gonçalves, da Fundação Getúlio Vargas, autor de A Economia Política da Corrupção no Brasil (Editora Senac) mostra que o impacto da corrupção nas contas públicas corresponde a 0,5% do PIB, que só em 2005 atingiu R$ 1,93 trilhão. Vou repetir: R$ 1,93 trilhão. Imagine, de lá para cá, esse valor atualizado. A Controladoria Geral da União (CGU) estima que a corrupção e a inépcia nas prefeituras desviam mais de R$ 20 bilhões por ano dos cofres públicos (clique para ver). 
A origem e o custo da corrupção estão nas bases. Sim, para Brasília – Presidência da República, Câmara dos Deputados e Senado – convergem as atenções, é a vitrine política do país. Bastante embaçada por sinal. Mas a árvore começa pelas raízes e a raiz da corrupção está nos municípios brasileiros. O eleitor é sempre vítima (útil e preferencialmente desinformada) ou cúmplice – quando voluntariamente endossa o clientelismo das coligações nas urnas, ao ceder ao favorecimento de políticos em troca de apoio para suas campanhas.
Então analise profundamente as COLIGAÇÕES. E VOTE CONSCIENTE.

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