No post
acima, vocês viram que um diretor do Banco do Brasil afirma que a
instituição anunciou na emissora de Lulinha (ele tem uma!!!) por pressão
do pecuarista José Carlos Bumlai. Certo! Mas quem é esse? VEJA contou
tudo na edição de
27 de fevereiro do ano passado. Leiam. *
A VEJA desta semana traz uma reportagem impressionante de Rodrigo Rangel e Daniel Pereira. Ela diz respeito a este homem.
Quem é ele. Leiam trechos. Volto em seguida:
O senhor
da foto acima se chama José Carlos Bumlai. É um dos maiores pecuaristas
do país, amigo do peito do ex-presidente Lula e especialista na arte de
fazer dinheiro – inclusive em empreendimentos custeados com recursos
públicos. Até o ano passado, ele tinha trânsito livre no Palácio do
Planalto e gozava de um privilégio sonegado à maioria dos ministros:
acesso irrestrito ao gabinete presidencial. Essa aproximação excepcional
com o poder credenciou o pecuarista a realizar algumas missões oficiais
importantes. Ele foi encarregado, por exemplo, de montar um consórcio
de empresas para disputar o leilão de construção da hidrelétrica de Belo
Monte, uma obra prioritária do governo federal, orçada em 25 bilhões de
reais. Bumlai não só formou o consórcio – integrado pela Chesf e pelas
empreiteiras Queiroz Galvão, Gaia e Contem, estas duas últimas ligadas
ao Grupo Bertin, um gigante do setor de carnes – como venceu o leilão
para construir aquela que será a terceira maior hidrelétrica do mundo. O
homem das missões impossíveis, porém, se transformou num problema
constrangedor.
(…) Ele
gosta de contar a amigos que, certa vez, durante um sonho, uma voz lhe
disse para se aproximar do então candidato Lula. Na campanha de 2002,
por meio do ex-governador Zeca do PT, Bumlai conheceu o futuro
presidente e cedeu uma de suas fazendas para a gravação do programa
eleitoral. São amigos desde então. Seus filhos também se tornaram amigos
dos filhos de Lula. Amizade daquelas que dispensam formalidades, como
avisar antes de uma visita, mesmo se a visita for ao local de trabalho.
Em 2008, após saber que o serviço de segurança impusera dificuldades à
entrada do pecuarista no Planalto, o presidente ordenou que fosse fixado
um cartaz com a foto de Bumlai na recepção do palácio para que o
constrangimento não se repetisse. O pecuarista, dizia o cartaz com
timbre do Gabinete de Segurança Institucional, estava autorizado a
entrar “em qualquer tempo e qualquer circunstância”.
Voltei Lendo
a reportagem, vocês verão que o amigão de Lula, com acesso livre ao
Palácio do Planalto, foi diversificando seus interesses. No caso de Belo
Monte, informa a revista, “o que era para
ser uma missão de interesse exclusivamente público começou a derivar
para o lado oposto. O governo descobriu que o pecuarista estava usando a
influência e o acesso consentido ao palácio para fazer negócios
privados. O Planalto foi informado de que Bumlai, por conta própria,
estaria intermediando a compra de turbinas para a usina de Belo Monte
com um grupo de chineses. A orientação do governo era exatamente
contrária: em vez de importar peças, elas deveriam ser produzidas no
Brasil, para criar empregos aqui.”
A
reportagem informa que o negócio com os chineses foi abortado e que o
atual governo cassou o livre acesso de Bumlai ao Planalto e aos
ministérios. Um ministro afirma: “Em
diversas ocasiões, Bumlai trabalhou em nome do ‘Barba’. Mas também usou o
nome do ‘Barba’ sem que o ‘Barba’ tivesse autorizado”. O
“Barba”, por metonímia, é o Apedeuta por epíteto… Há duas semanas, o
grupo Bertin caiu fora de Belo Monte. O BNDES não aceitou as garantias
oferecidas para conceder o empréstimo. Mas o amigão de Lula sempre
contou com a generosidade do banco oficial. Informa a VEJA:
“Até pouco
tempo atrás, o BNDES estava longe de ser um entrave para os planos de
Bumlai. Alguns dos maiores negócios dos quais participou tiveram
financiamento do banco. É o caso da Usina São Fernando, em Mato Grosso
do Sul. Em 2008, o BNDES aprovou um financiamento de cerca de 300
milhões de reais para a usina. No papel, o empreendimento tem como
proprietários os filhos de José Carlos Bumlai e o Grupo Bertin. A
sociedade Bertin/Bumlai também é proprietária de um jato Citation, já
utilizado algumas vezes pelos filhos do ex-presidente Lula, e de um
apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, que recebeu o
ex-presidente e a família no Carnaval de 2009.”
Leiam a
reportagem. Bumlai conseguiu, por exemplo, vender uma fazenda para o
Incra com um sobrepreço, acusa o Ministério Público, de quase R$ 8
milhões. Empreiteiras reclamam da sua interferência na Petrobras… E vai
por aí. Vejam esta imagem:
É o cartaz
que Lula mandara afixar na portaria do Palácio do Planalto dando acesso
irrestrito a seu “amigo”. Os termos são inequívocos: “O
sr. José Carlos Bumlai deverá ter prioridade de atendimento na portaria
Principal do Palácio do Planalto, devendo ser encaminhado ao local de
destino, após prévio contato telefônico, em qualquer tempo e qualquer
circunstância”. Convenham: nem Marisa Letícia podia tanto! Esse é o tipo de licença que não se concede nem a um testa de ferro!
Por isso eles amam tanto um “estado forte”! Porque, num estado forte, a República costuma ser fraca!
CELSO BIZZARRO
09/08/2012 às 15:09